DE VOLTA AO SAGRADO
O homem no decorrer de sua história sempre esteve à procura do sagrado, isto é, sempre procurou uma forma mais eficaz ou mais apropriada para uma relação entre o “eu divino” e uma força maior, onde, nas sociedades que se formaram receberam vários nomes e significados. Diante deste fato, surgiram as religiões no qual o homem poderia manifestar sua fé, sua crença em algo que estava muito distante. Por sua vez, o tempo passou, o homem foi assumindo compromissos mundanos, se preocupando com seus bens materiais, sua posição social, esquecendo seu compromisso com o “eu divino”, ficou doente.
Hoje, o homem no seu frenesi, na sua luta incessante, acorda para a realidade, se volta para uma nova busca pelo sagrado. Além das novas igrejas que surgem a cada dia para servir uma gama muito grande de novos e velhos fiéis, dos programas religiosos oferecidos na mídia escrita, radiofônica e televisiva, o homem também procura vivenciar sua religiosidade distante de instituições religiosas organizadas a fim de que possa preencher um vazio existente em seu interior. Esta é uma das formas que o homem moderno encontrou para vivenciar a sua religiosidade, seu contato com o sagrado sem comprometer-se com nenhuma instituição religiosa organizada, ficando ele, mais livre para exprimir seus sentimentos e pensamentos.
Mercado Espiritual
Diante da procura incessante do homem pela solução de seus problemas emocionais, suas mazelas, formam-se um grande mercado religioso oferecendo soluções de A a Z para uma sociedade sedenta de paz interior. Vê-se no dia-a-dia em qualquer esquina, panfletos de pais de santo, mães de santo, tarólogos, adivinhos, pastores colocando-se a disposição para dar fim a suas aflições. Não seria esta prática, uma relação mercadológica, onde se oferece um produto (Deus) em troca de um valor (Dízimo, consulta), onde o homem pagando por este produto estaria isento de qualquer responsabilidade para com seus atos? Não haveria nesta negociata uma contradição em relação aos princípios éticos e morais que as próprias instituições religiosas apregoam? A sociedade como um todo, deve estar atenta para estas facilidades oferecidas com tamanha “rapidez” de solução, colocando em xeque, em algumas situações, a capacidade de discernimento do homem para com seus sentimentos e senso crítico.
Valmir Vilmar de Sousa (Veve) 11/01/17