O SILÊNCIO COMO RECURSO PARA A SABEDORIA

A melhor forma de conseguirmos obter um entendimento de nós mesmos, é reservarmos alguns momentos de silêncio, mesmo que sejamos incompreendidos pelas pessoas que estão ao nosso redor.Sem essa condição, dificilmente conseguiremos, com transparência, escutar nossos anseios mais profundos e saber a nossa real necessidade do momento.

Em muitas ocasiões, os barulhos do dia a dia, impulsionados pelas conversas jogadas no vazio, nos desvia do caminho que precisaríamos seguir para alcançar um mínimo de sabedoria sequer...nos distancia, por outro lado, do conhecimento que precisamos ter de nós mesmos; mas isso se quisermos ao menos saber se as nossas escolhas estão de acordo com aquilo que verdadeiramente sonhamos!

A partir do momento em que esquecemos de ter um verdadeiro encontro com nosso interior, seremos sufocados pelas exigências de outrem, tão contrária as nossas! Quando paramos para pensar nisso, vemos que não temos a obrigação de se deixar arrastar por algo que nunca sabemos de onde provém, mesmo que digam que seja bom...

Pois o maior crime que podemos cometer é contra nós mesmos...por essa razão, se torna tão importante que escutemos as necessidades de nosso ser espiritual, pois é nele que uma voz ecoa: há sempre um aviso que sinaliza sobre o momento em que estamos vivendo.

As necessidades que gritam em nosso interior, sem dúvida nos faz buscar o amor de DEUS, pois, quando queremos obter, no silêncio de todos os murmúrios e barulhos do mundo, um conhecimento mais profundo acerca de nós mesmos, sempre temos necessidade de tê-lo como guia, a fim de superarmos nossas fraquezas e nossos temores, nossas angústias e nossas inquietações. Uma vez que no fim das contas descobrimos o quanto somos imperfeitos e sujeitos às mudanças bruscas do tempo, somos movidos por uma vontade de realizarmos mudanças inesquecíveis em nosso ser.

Na sinceridade de uma alma, repousa a saudade de voltar aos braços do amor daquele que nos ama para toda a eternidade; nada melhor, portanto, do que o silêncio e um pouco de solidão para descobrirmos nossa carência por um consolo que apazígue os conflitos de nossa alma sedenta pelo eterno (consolo só dado por aquele que nos ama de verdade; por intermédio dele, é enviado em nossas vidas a luz do amor e a serenidade da graça: suficiente para nos reconfortar das angústias existenciais).

É no repouso de nossas almas que conseguimos alcançar uma fonte de sabedoria, pois a partir daí chegamos a reconhecer que os momentos que reservamos para obter um entendimento acerca de nós mesmos só acontece na tranquilidade de um dia onde tudo parece nos encaminhar para o encontro do que há muito tempo esquecemos e deveriamos sempre nos apegar; no encontro de um bem maior que nos traga discernimento, paz e muita alegria interior, de tal maneira que passamos a ver nas circunstâncias algo mais do que uma mera coincidência. Uma mudança só é possível quando reservamos momentos em que a busca de nós mesmos e, sobretudo, de Deus, se torna uma preocupação constante; de fato, nunca termina enquanto necessitarmos de seu cuidado pelas nossas vidas a cada dia que passa mais fascinadas pela profundidade dos seus mistérios indevassáveis.