DJIDIU...
Sinto sua falta.
Ontem, cheguei do trabalho bastante cansada.
Após todos os rituais diários, fiquei olhando o céu, da janela do meu quarto. Alguma coisa havia alterado o ritmo dos meus batimentos cardíacos, outra vez!
Um dos meus filhotes sugeriu marcar consulta. Não quero. É uma batalha convencê-los de que estou bem.
“___ Mas mãinha, quando a gente não está bem você sempre diz para irmos ao médico. Você não quer que a gente morra... mas quando a coisa é com você, a história muda de sentido. Sabe, eu não entendo!”
Talvez seja consequência da passagem lunar, a aproximação do plenilúnio, não sei... talvez dia 9 não esteja apta a reverenciar Luna como sempre. Tudo bem, se assim tiver que ser! Sei que fará isso por nós.
Sei que dia-após-dia morro um pouco. Não só pelo fato de que isso é exato, mas por que esse meu coração humano, de uns tempos para cá, resolveu me pregar peças.
Pense num coração cheio de presepadas!
Esse é o meu coração!
Agora resolveu morrer em suaves prestações ocasionais.
Está “bordado” por inúmeras cicatrizes, seqüelas de microinfartos.
Parece que resolveu virar pedra antes de explodir de vez!
Eita coraçãozinho tinhoso, visse?!
Dizem que não aceitamos aquilo que não entendemos. Será que não aceito a morte de quem amo por não haver aceitado, apesar de tudo, a necessidade de MORRER?!
Ou será por não entender que – com o “advento” do fenômeno MORTE ficaremos livres?!
Quem sabe por observar que todas as pessoas, sem exceção fazem questão de viver?
Se quando adoecemos (meio caminho andado para a morte) corremos em busca da saúde (meio caminho andado) para continuar a viver?!
Não temo a minha passagem. Tudo o que me propus a fazer nesta vida, já fiz, mas não faço questão de ir agora.
se Ela, a Potens Regina, quiser me levar hoje, estou aqui. Ela sempre segurou minha mão, desde que fui gerada no ventre de minha Mãe. Sabe o meu endereço. Dela não me escondo, nem se o quisesse.
Bens materiais não os tenho, nem os desejo (quanto menos temos, menos perdemos).
Afetos, carinhos, amizades, amores, esses sim, tenho-os as dezenas!
Que eu parta e eles fiquem, aceito placidamente. Entretanto, saber que alguns já se foram e que outros irão, antes de mim... assumo na boa: DÓI que nem peixeirada no abdome que deixa na boca o gosto acre do sangue envenenado pela dor!
Necessito aprender a aceitar a ida dos outros com a serenidade das pedras para então ser plenamente feliz!
Ai, ai Djidiu, receio que não vou conseguir.
Mesmo que esse meu coração se transforme em rocha, ainda assim... não sei...