A caminhada
Lou seguiu caminhando sozinho pela estrada escura, com destino ao bar Moulin de la Galette. Era uma noite de sábado chuvosa, que parecia ser a noite mais longa de sua vida, uma noite de mil anos. Caminhava com passos lentos, cambaleando, embora estivesse ainda sóbrio. Mãos dentro do cassaco, olhando para o chão, seguia... Queria um lugar para se esconder, e esquecer de que teria de voltar para casa. Queria esquecer que tinha uma vida, esta que não fazia mais sentido como antes. Queria simplesmente sumir na estrada sem fim. Acendeu o cigarro, soprou a fumaça cinzenta, assim como sua vida no momento. Ele estava perdido, o tempo não significava mais nada, nem as regras, nem as condições da ordem imposta há tempos na sociedade. Essa noite, Lou estava, sobretudo, nascendo novamente.