UNIVERSAIS HUMANOS DIREITOS
O contundente e lúcido historiador Eric Hobsbawn (1917-2012) afirmava categoricamente que o século XX era um período histórico de extremos e os conflitos bélicos mundiais conhecidos como Primeira e Segunda Guerra seria na verdade, uma única atrocidade a experiência humana que durou de 1914 a 1945 sem cessar, até quando os canhões se calavam continuava uma guerra diplomática entre os países imperialistas. Cidades destruídas, milhões de vítimas fatais, holocausto, sangue nas trincheiras, torturas e execuções, bomba atômica, famílias destroçadas e crianças órfãs foram algumas das mazelas decorrentes dos impactos e consequências da covardia da cultura armamentista. Pensando na preservação da dignidade das pessoas diante de um cenário desolador surge no dia 10 de dezembro de 1948 a Declaração Universal dos Direitos Humanos com a contribuição de representantes de vários países com distintas origens culturais, inclusive o Brasil foi um dos países signatários. Um dos únicos tratados internacionais que traz à tona o termo “família humana” e procura assegurar o direito à vida, a liberdade religiosa, cultural e política traduzida em mais de 360 idiomas. Um documento poderoso que nos faz refletir sobre o mundo vindouro e pavimenta o modelo de sociedade em que queremos viver e deixar de legado as futuras gerações. A declaração apresenta 30 artigos que visam o respeito, compreensão e tolerância entre as nações incluindo a Convenção para a Prevenção e a Repressão do Crime de Genocídio (1948), a Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial (1965), a Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres (1979), a Convenção sobre os Direitos da Criança (1989) e a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (2006), entre outras. É lamentável que os Direitos Humanos sejam banalizados pela grande mídia e o senso comum reproduz de maneira superficial suas intenções como o caso dos problemáticos casos que provém do sistema carcerário. Como um acirrado defensor dessa magnífica declaração, já escutei absurdos que refletem o nível de entendimento e os interesses envolvidos quando há o desprezo de tão importante iniciativa que marca, de uma vez por todas, um período de renascimento das virtudes humanas em meio ao obscurantismo da ignorância e do totalitarismo. Certa vez, apreciando uma palestra do notável teólogo e filósofo brasileiro Leonardo Boff, pude perceber que os Direitos Humanos aliado à Carta da Terra pode servir de base para a utópica Paz Universal e o tão almejado Desenvolvimento Sustentável, ainda sem perspectivas diante do avanço do neoliberalismo voraz, estúpido e desumano. Aos interessados na temática podem acessar: http://www.dudh.org.br/declaracao/ e baixar gratuitamente a versão da declaração. O cartunista Ziraldo envolvido com as temáticas dos Direitos humanos elaborou um cartoon com o Menino Maluquinho apresentando a declaração, um belo trabalho, alegre e didático. Podem ter contato com esse rico material em diversos sites como esse aqui: http://www.turminha.mpf.mp.br/multimidia/cartilhas/CartilhaZiraldodireitoshumanos.pdf/view. Leiam, tenham conhecimento sobre a Declaração dos Direitos Humanos e seu contexto histórico, após tirem suas conclusões, mas peço que não fiquem como papagaios repetindo discurso de ódio aos quatro ventos, pois isso só demonstra a imbecilidade coletiva que paira sobre nosso tempo. Da minha parte, celebrarei com convicção os 68 anos dos Direitos Humanos Universais no dia 10 de dezembro com os UNIVERSAIS HUMANOS DIREITOS desejando PAZ e AMOR para a HUMANIDADE...
Publicado no Jornal A Folha/Torres e Jornal Litoral Norte RS.