A SABEDORIA PRESENTE NOS SONHOS

Quando sonhamos podemos perceber que o seu conteúdo não está submetido às leis da causalidade; é por isso que quando temos um sonho tudo parece sem sentido e aparentemente sem nexo, ou seja, uma míriade variada de imagens embaralhadas e desconectadas no espaço.

No entanto, o fato de haver imagens e fragmentos desconexos não significa que não haja um significado profundo no onirismo; pelo contrário, há coisas misteriosas e muitas vezes dificeis de serem desveladas, pois se atentarmos para os nossos sonhos, podemos intuir que há algo de muito sábio neles; são capazes de revelarem inclusive sobre a situação em que vivemos e ainda podem apontar sinais.

Não é por acaso, que os antigos davam um enorme valor aos conteudos oníricos, somente decifrado pelos sábios e xamãs, profetas e magos, poetas e artistas, ambos detentores de um certo grau de conhecimento, inspiração ou dom criativo. A nossa alma, sendo apenas uma parte de nossa totalidade, é constituido de vários elementos, inclusive de conteúdos que estão no mais profundo de nosso ser (o que mais me maravilha e me impressiona é que, embora, sendo tão vastos interiormente falando, somos tão ínfimos frente a imensidão que caracteriza o cosmos! Como é mínimo o conhecimento que temos de nós mesmos, quanto mais do universo com suas estrelas, planetas e galáxias inesgotáveis!).

A vivência dos sonhos nos dá acesso ao que temos de mais recôndito e desconhecido em nosso ser, e de tanto persistirmos em determinadas situações da vida, somos surpreendidos por uma riqueza de simbologias que nos revela de fato quem somos e ainda o que podemos ser, caso a profundidade dos nossos sonhos tenham tanta sabedoria quanto os momentos de vigilia ininterrupta.

O fenômeno do sonho é a expressão, ou a reverberação, de nossa interação com o mundo em que estamos inseridos, um mundo onde manifestamos nossos desejos, vontades, esperanças e os mais variados sentimentos; portanto, compreender a riqueza de detalhes exprimidos por um sonhador e a sabedoria subjacente às revelações que são cuidadosamente relatadas (que em vigilia organiza o que foi revelado sob outra sequência), requer um aprofundamento tanto da cultura em que este está imerso, quanto de suas experiências antes mesmo de elaborar qualquer interpretação e fundamentar qualquer teoria sobre o ato de sonhar.

Só assim, compreendendo a experiência subjetiva dos individuos, que podemos elaborar uma concepção mais objetiva do fenômeno do onirismo.Somente através da compreensão das experiências indivíduais, podemos obter um entendimento dos fenômenos oníricos mais absurdos e obscuros com suas simbologias peculiares.

É mediante o relato do mundo vivido do sonhador que podemos fazer uma interpretação mais profunda dos conteúdos oníricos descritos. Porém, não só a intencionalidade de um indivíduo precisa ser levado em conta se quisermos ficar a par de seus devaneios, fantasias e sonhos, como também o que para ele é absurdo e desprovido de uma razão de ser. É por essa via que podemos fazer um mapa conceitual sobre a riqueza dos conteúdos presentes no psiquismo de um ser humano.

Alessandro Nogueira
Enviado por Alessandro Nogueira em 06/12/2016
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