OS ENCANTOS DA CRIAÇÃO
Uma bela imagem, como a de um oceano revolto a contrastar com a serenidade de um céu azulado, ou mesmo, a de um poente a anunciar o mistério trazido pelo longo anoitecer, é um convite á contemplação e ao devaneio...não surpreende que toda essa manifestação da natureza seja obra de algo que não sabemos definir racionalmente, mas ainda sim cremos que algo muito consolador e divino esteja por trás de tudo isso...
Quem não assiste com entusiasmo e forte emoção esses grandes espetáculos proporcionados pela natureza, está condenado a uma vida de pobreza espiritual, uma vida, sem dúvida, marcada pela insensibilidade e pela frieza emocional, pois não teve a aptidão de ser algo mais do que uma existência desprovida de espiritualidade.
Porém, quem consegue durante a nossa breve existência chorar ou rir com entusiasmo quando ouve uma música, ou, mesmo, assistir com grande sensibilidade ao espetáculo arrebatador da natureza, certamente levou adiante a capacidade de transcender a condição petrificante da qual muitos seres humanos estão acorrentados. A sensibilidade para se maravilhar com a beleza, é um talento não somente reservado para os artistas, mas para todos aqueles que é dotados de beleza na alma.
É assustador quando pensamos que a natureza deixou de ser vista como um lugar repleto de coisas misteriosas e sagradas, um lugar com espetáculos grandiosos passíveis de serem desvendados pelo homem que contempla um céu estrelado- quando pergunta para si mesmo sobre o enigma que está por trás de sua imensidão-, e passa a ser vista apenas como um meio de exploração à serviço de um sistema perverso, um sistema que aprisiona nossas possibilidades de enxergar nela algo mais do que um mero antro desprovido de valor espiritual.
Esse é o preço que pagamos pela predominância de uma racionalidade cega contra tudo o que é chamado de irracional; há um perigo que ameaça a civilização quando esta, em nome do progresso, não dá oportunidade para a natureza se recompor, quando o que está em pauta é a exploração sistemática de todos os seus recurosos remanescentes em nome de necessidade tão supérfluas.
Quem não vive direcionado pelo sentimento oceânico do amor e da fé, tampouco é capaz de indgnar com a brutalidade que assola a natureza e os seres que nela habita...Como é vazia e triste a alma de homens que não se emocionam ao ver espetáculos tão belos e exuberantes! Que não se alegram ao contemplar toda as grandezas realizadas com tanto esmero pelo nosso criador!
Os encantos da natureza, com todos o seus mistérios, nos deixa sempre extasiados com sua força, especialmente quando reservamos todo o nosso tempo para percebermos a vastidão do universo através de nossas faculdades sensoriais, cada qual extraindo o encanto que lhe convém, a fim de dar a fantasia o seu direito assegurado para a criação de seu itinerário. Não digo somente a visão, a nossa principal janela para a contemplação, mas todo o nosso corpo embalado pelas cintilações e eflúvios de um universo intocado pelas mãos humanas e pela técnica e seu engenho.
Um universo habitado por tantas belezas naturais, além de uma atmosfera repleta de diversidades inimagináveis, está para aquele que busca se aventurar por caminhos tão desconhecidos e abissais...está, também para aqueles que tem respeito por tudo o que vive e sofre...Quando nos alegramos com a simplicidade dos lírios do campo e com as fragrâncias mais sublimes da terra, conseguimos sentir que há um soberano que criou tamanho universo a partir do vazio e do nada: sem dúvidas, um universo tão repleto de vidas e de espetáculos naturais inesquecíveis, nos faz pensar que há algo que está para além do que podemos sonhar e imaginar!