De Chechel a Mimita

Querida,

pois é, pelo jeito o Eduardo ainda não te incluiu na lista dos amigos que irão defendê-lo de tanta maledicência. Mas tua hora há de chegar, penso eu. Tua voz, de proba virago, terá certamente muita repercussão na defesa desse verdadeiro baluarte de nossas mais caras instituições.

De minha parte, só desejo afirmar que continuo diuturnamente apoiando as investigações e, que, no momento oportuno, se necessário for, e se a cousa ameaçar a ficar feia, ao depor, irei falar em cadeia.

Hoje, como terás podido ver, a graciosa Bolha de São Paulo, brinda-me com artigo de primeira página sobre a minha sofisticação lingüística - perdoa-me a eventual imodésia - o Michelês. Das mesóclises ao exata e precisamente... Vês que, involuntariamente, vou fazendo escola - além da poesia, que é minha prima primeira prioridade.

À véspera da grande celebração da Proclamação de Nossa Ré pública, segura e certamente que estarei presente nas manifestações populares. Mas sob um toldo em razão da chuva e para não me expor em demasia aos raios solares que, ainda que encobertos pela nublagem, castigam-me a pele - alva assaz.

Estou até cogitando sugerir que Chela use um chapéu, à semelhança das damas britânicas, envolvidas lá com o seu Thanksgiving Day. Verdade que acho por demais elegante essa cerimônia e chego até a pensar em instituí-la em nosso país. As devoções evangélicas irão compreender, e ao cabo e rabo, apoiar-me nesta iniciativa.

Aliás, minhas iniciativas governativas têm sido invariavelmente apoiadas pela classe política em sua maioria, eliminados naturalmente

os partidos políticos extremistas. Meros partidecos, diria o amigo Réunan.

Se quiseres participar da cerimônia, não te faças de rogada, mando a aeronave num piscar de olhos. Recomendo preto. E asseguro que te escoltará o Lenhador da Federal. Nada tens em contra, sim?

Vou dar uma mãozinha agora ao Michelzim. Está assoberbado de homework e um pequeno incentivo far-lhe-á bem, além de deixar sua Maman pra lá de orgulhosa.

Beijos de teu Chechel, o amigo de todas as horas