Notas Intimas - Presa
Aquela presença constante e privativa me incomodava tanto quanto suas não raras curtas ausências. Mas como foi estranho sentir a falta daquele olhar doentio que me seguia por todo canto! Um olhar doce e carente que feria tal qual fio de uma navalha com requintes cruéis. Um cárcere sem grades, mas também sem portas de saída. Talvez porque durante suas ausências eu sentia que se olhasse direito, a veria sorrateira e silenciosa, de tocaia, vigiando meus movimentos. E esse rapido e falso desprezo era pior que suas constantes e insistentes investidas.