QUANDO NASCEMOS, FOMOS PROGRAMADOS...
Ainda sobre a pedra vazia
Aquela de frente ao precipício
Não me sai da cabeça a cena
Me faltam imagens menos chocantes
Ousadia da vida, talvez
Unir pedaços perdidos
Para presenciar a linha descendente
Desagrado meu, certamente
Ainda ter o sabor ácido
De rebeldias passadas
Translúcidas passagens do tempo...
Sobre o lugar vazio, guardado
Tudo bem levar objetos de conforto?
Nem é por nada
Apenas uma tênue sensação
De que a estadia não será breve
(Ainda que não monótona)
Entenda que chaves
Não serão mais utilizadas
Mas não se assuste por isso
Guarde bem suas senhas
Tenha as digitais limpas
Dispa suas íris e retinas
De sujeiras óticas e vivas
E não se ofenda
Caso a porta se abra
Muito mais facilmente
Do que o imaginado
É assim, fácil assim
Que somos e seremos sugados
Morro abaixo
Sem maiores explicações.