Pinturas vivas, "Your body is my canvas" - Pintura sobre o corpo humano, inseriondo-o em plano de fundo também pintado - Arte única no mundo. Artista californiana dos USA
A ARTE NOS FASCINA
A ARTE NOS FASCINA
Mauro Martins Santos
Da Academia Guaçuana de Letras (AGL)
Arte-foto, executada com vários disparos de abertura
Impressionante escultura em pedra, notem expressão facial e movimento corporal impecáveis.
Escultura em louça, artista chinês
Impressionante escultura. Notem que foi feita em abóbora
Desenho, estudo para o quadro - A Dama de Shallot de John William Watherhouse
A arte pura é fascinante! Ela nos faz flutuar ou mais: - como pássaros encantados a flanar por universos imaginários - no sentido de que cada beleza, cada descoberta se apresenta cheia de possibilidades infindas; é o extravasar do ser, a sensibilidade, o toque, a busca, a sensação de que o ser humano é muito mais do que o próprio existir. Há a criação explícita em potência, cessa o tempo; sem passado, presente, futuro... Pura essência de um momento integral. Há na arte a licença de Deus para que o artista congele sua obra no exato instante de sua criação.
Podemos vislumbrar uma luminosidade por frestas de nuvens noturnas, apenas um pequeno fulgor; mas muito além dessa tênue luz, existe uma gigantesca estrela. Um gerador infindável de energia... Do Universo uma ínfima partícula do Criador Supremo.
Ao gênio do homem, a centelha divina da criatividade e da imaginação exercendo sua verdadeira razão de se estar vivo e pensante no mundo. O lado escuro da alma humana veio na esteira de sua própria degradação.
Deveria nos bastar simplesmente flutuar, propalar e deixar expressar a leveza do ser cotidianamente, mas há algo mais além da argamassa das aparências, através das emanações puramente mentais. Se assim não fosse seria sempre o exato, o óbvio ou lógico. Não seria arte, mas ciência.
Óleo - Realismo fantástico - Gália Scherkzova
Independente do estilo, técnica e tema tratados, notamos que na produção da arte, mais especificamente na pintura, há uma preocupação com a beleza poética - embutida na representação buscada - além da realidade visível.
Neste texto não falarei especificamente das emoções buscadas por outros fatores impactantes como: horror, revolta, espiritualidade, compaixão, fé, etc. Embora o escopo dentre todos os temas, subjetivamente, seja o mesmo. (Exemplo; os Cristos do pintor alemão Mathias Grünewald), que causam no expectador - pelas aparências meio putrefatas, cravejadas de muitos espinhos -, um misto de horror, asco, aversão, compaixão, remorso, além da piedade, fé... Aliás, era justamente isto que o autor buscou. E à contemplação de sua obra, a afirmação de reflete. Ninguém sai imune de emoções, em maior ou menor grau, após contemplar as obras de Grünewald.
No geral o verdadeiro artista, aquele que busca cooptar os visitantes, trabalha com a matéria das emoções da alma e a espiritualidade. Harmonia e equilíbrio entre os elementos que compõem o quadro. Resultado disto serão imagens ornamentais, cheias de pormenores e detalhes, cores luminosas que dão sensibilidade estética às pinturas onde o romance - mesmo um rudimentar e hesitante erotismo - unidos e disfarçados por uma que certa inocência, e também por isso, na arte têm lugar de destaque. Onde os nus femininos eram sempre rodeados de anjinhos, para “quebrar” o impacto da nudez explicita das personagens figurativas.
A gênese da arte empreende atividades para causar impacto; o inusitado, e nisto em primeiro estágio é esperada a reação de quem recebe a mensagem, e torna-se a paga do artista. Ao depois, a recepção e o resultado da leitura da obra, dentro das nuances de cada arte: e ao final, quando se dá a repercussão e aclamação do pintor.
Neste texto não falarei especificamente das emoções buscadas por outros fatores impactantes como: horror, revolta, espiritualidade, compaixão, fé, etc. Embora o escopo dentre todos os temas, subjetivamente, seja o mesmo. (Exemplo; os Cristos do pintor alemão Mathias Grünewald), que causam no expectador - pelas aparências meio putrefatas, cravejadas de muitos espinhos -, um misto de horror, asco, aversão, compaixão, remorso, além da piedade, fé... Aliás, era justamente isto que o autor buscou. E à contemplação de sua obra, a afirmação de reflete. Ninguém sai imune de emoções, em maior ou menor grau, após contemplar as obras de Grünewald.
No geral o verdadeiro artista, aquele que busca cooptar os visitantes, trabalha com a matéria das emoções da alma e a espiritualidade. Harmonia e equilíbrio entre os elementos que compõem o quadro. Resultado disto serão imagens ornamentais, cheias de pormenores e detalhes, cores luminosas que dão sensibilidade estética às pinturas onde o romance - mesmo um rudimentar e hesitante erotismo - unidos e disfarçados por uma que certa inocência, e também por isso, na arte têm lugar de destaque. Onde os nus femininos eram sempre rodeados de anjinhos, para “quebrar” o impacto da nudez explicita das personagens figurativas.
A gênese da arte empreende atividades para causar impacto; o inusitado, e nisto em primeiro estágio é esperada a reação de quem recebe a mensagem, e torna-se a paga do artista. Ao depois, a recepção e o resultado da leitura da obra, dentro das nuances de cada arte: e ao final, quando se dá a repercussão e aclamação do pintor.
*
Disse Fernando Pessoa: “A literatura, como toda a arte, é uma confissão de que a vida não basta”. E não basta porque ao inquiridor da verdade contida na beleza da arte - é como a parabólica busca do Santo Graal - das lendas e mitos britânicos. Há que se encontrar a beleza e o encanto para além da dura realidade.
Tão elaborada é a prosa poética das lendas - como soa também a do próprio Rei Artur, que muitos - e a mente humana é prodigiosa - creem piamente tanto na existência do Santo Graal, como ainda em Arthur da Távola Redonda e sua saga; e em Morgana, Avalon e suas brumas perenes...
Como toda história - mito ou lenda da antiguidade - buscavam-se reforçar com a disseminação em prosa, rima ou canto dos menestréis: a valoração do caráter humano, suportada nas “regras gentis” de cavalaria, seu desejo pela aventura e a afirmação da honra; e a onipresença da Igreja a fazer sombra sobre os castelos e reis, levando-os à defesa da fé, visando exortar os personagens à busca do galardão da eterna e infinita bondade.
Como toda história - mito ou lenda da antiguidade - buscavam-se reforçar com a disseminação em prosa, rima ou canto dos menestréis: a valoração do caráter humano, suportada nas “regras gentis” de cavalaria, seu desejo pela aventura e a afirmação da honra; e a onipresença da Igreja a fazer sombra sobre os castelos e reis, levando-os à defesa da fé, visando exortar os personagens à busca do galardão da eterna e infinita bondade.
Assim, não poderia ser de outra forma. A lenda e às vezes a total crença no mito arthuriano era um grito de liberdade, mas também e sobretudo de contínuas conquistas, dizimação ou anexação de territórios e povos.
Provavelmente tenham sido esses os principais motivos, para que um mito que reporta a ritos e regras tão distantes no passado, possa ainda seduzir e permanecer enraizado com tamanha força, profundidade e crença, nas mentes de muitas pessoas; sejam elas britânicas ou cidadãos do resto do mundo.
Guinevere em inglês - em galês Gwenhwyfar - era consorte do rei Arthur e personagem de uma lenda dentro de outra lenda no ciclo lendário da Bretanha. Tão lindamente elaborada e descrita nos detalhes: alta, magra, olhos azuis, cabelos longos e ruivos como o sol poente; a quase que um desejo de querermos que ela tivesse existido a se prolatar nos séculos. Mas resta-nos contentar em imaginá-la com seus cabelos ruivos e esvoaçantes ao vento, antecedida de damas e serviçais a ajeitar-lhe a cauda do longo e pesado vestido.
Guinevere, consagra Cavaleiro da Távola Redonda a Sir Lancelot
Valerá aos homens a sedução das personagens femininas desta lenda: Igraine, Morgana, a Dama de Shallot, Guinevere... Se versarmos para os seguidores de Artur os Cavaleiros da Távola Redonda: Galahad, Percival, Gawain, Lancelot, Owen, Tristan e Bors... , ou o próprio rei Artur de Camelot, serão eles alvos da atenção imaginativa das mulheres.
*
Guinevere figura na lenda de um romance com Sir Lancelot, cavaleiro da Távola Redonda, dentro da saga arthuriana.
Desta saga fantástica, Guinevere, a Dama de Shallot (inspirada na lenda do Rei Artur, em poema de Lord Alfred Tennyson) e o Castelo de Camelot, sempre me seduziram - dos quais retirei muita inspiração para desenhos e pinturas a óleo.
Aliás, não seria exatamente essa a missão das palavras, tanto orais quanto em maior grau as escritas, juntadas às imagens ilustrativas, que mesmo ficcionalmente sendo, nos farão parecer realidade?
Que não se pense que ao adentrar as brumas de Avalon deixamos de lado o terreno menos distante do aprofundamento no tempo e no espaço, ou estaríamos nos distanciando do foco da temática das artes. Ainda dentro do campo ficcional, chegaremos mais para perto de hoje. E verdadeira arte das palavras, a Literatura.
Seus objetos pessoais: o violino, o cachimbo, a lupa, o famoso boné, os tubos de ensaio, álbuns de recortes de jornais, chinelos que Holmes usava...
A decoração fiel dos cômodos é a tradicional da época, e não somente se vê de perto, como supostamente viveu o famoso detetive, mas também se encontram alguns de seus contemporâneos, entre eles seu arquiinimigo, Moriarty, em bonecos de cera impecáveis.
Concepção artística do Prof. Moriarty - arquiinimigo de Holmes
Há visitação turística permanente ao endereço de Holmes em Londres, Baker Street, no icônico endereço -221b; a casa virou museu de “Sherlock Holmes”, numa típica casa vitoriana, o espaço é pequeno, mas que sempre vale a pena conhecer! É um dos pontos turísticos mais importantes e visitados da Inglaterra.
Há diversos clubes, confrarias e associações voltadas para o estudo da “vida” e “modus operandi” do celebre detetive, e claro, onde debatem e discutem as filigranas a respeito de Sherlock Holmes. Visto que acham Holmes sobejamente preparado intelectualmente e conhecedor de importantes áreas do conhecimento humano.
Existe ainda a discussão dos aficionados sherlokianos sobre a Universidade que teria frequentado na Inglaterra. Em qual delas Holmes foi aluno, dentre as três grandes e mais antigas do Reino Unido - e reivindicando o famoso detetive particular como aluno desta ou daquela.
Foi, segundo os especialistas em literatura geral, e os especializados em contos policiais, sobretudo os Sherlockianos, ocorreu um fato curioso, incrivelmente inédito, do personagem antropofagiar o autor, eliminando-o e passando a existir de forma autônoma: com estilo de vida, domicílio, objetos pessoais, locais de frequência, violinista, boxeador, esgrimista, fumante de cachimbo, e perito em química por vocação. Profundo perito em venenos, cujo conhecimento muito o auxiliou em desvendar os casos de assassinatos misteriosos.
Para preencher seu tempo vazio Doyle resolveu criar o detetive particular Sherlock Holmes, e fazer umas publicações periódicas em jornal londrino. Em resumo: o autor conseguiu fazer a imaginação dos leitores mutacionar e transladar Holmes da ficção para o plano da realidade - como se fosse de carne e osso - seguindo fielmente todas as ações de seus famosos casos. E Holmes “engoliu” o autor. O mundo falava entusiasticamente muito de Holmes e um quase nada de Doyle, seu criador.
Falemos então de Conan Doyle e de seu Sherlock Holmes. Mais que um simples personagem, Holmes se transformou em protagonista, tão factível quanto a criatividade de Sir Conan Doyle pode produzir. O criador do famoso detetive particular era um médico oftalmologista frustrado (não tinha clientes - talvez pela sua nada procurada especialidade - na época) daí um fracassado e ocioso em seu consultório.
“Sem imaginação não há espanto.”
E assim nos deleitamos em ter o personagem vivo em nossos pensamentos e sonhos. Antes somente a força literária das palavras, movia a imaginação e surpreendia! Não é assim também que fazemos hoje ao nos deslumbrarmos como os hodiernos contatos visuais?
“Sem imaginação não há espanto” disse, Conan Doyle pela boca de Sherlock Holmes. Contudo, o objetivo do criador da arte é fazer com que as pessoas pensem, e pensando imaginem e imaginando naveguem, voem, viajem a outros “mundos” no estofo da fantasia, no encanto, tomando assento no próprio veículo criativo, que detém ante si mesmos.
Serve a arte também para outros desígnios que a criação imaginativa possa fazer; protesto, denúncia, reivindicação, revolta, incitação, vingança, ódio, discriminação, sensualidade, erotismo, pornografia...
Da mesma forma que a arte é livre, também os espectadores, plateia, visitantes, assistentes, ouvintes, são todos também livres para assistirem, verem, frequentarem ou não os locais de arte.
A arte nunca vem até nós, somos nós que nos dirigimos a ela. A buscamos. Por isso há botões, controles, ingresso aos recintos, ser preciso a compra de material em áudio, visual ou impressos.
Como finalização é interessante registrar um fato verídico, ocorrido com um dos maiores dicionaristas brasileiros - senão o mais conhecido: Aurélio Buarque de Holanda e seu dicionário “Aurélio” ou “Aurélião”, como o chamam popularmente. Foi o seguinte: - Duas senhoras idosas, contemporâneas de Aurélio, escreveram-lhe uma carta (no tempo a comunicação era, ou carta ou por telégrafo), dizendo-lhe: “Você não tem vergonha Aurélio, um homem velho, escrevendo tantas obscenidades, palavras de baixo calão e termos chulos, em seu livro de léxico!?”
Aurélio B. de Holanda responde às duas senhoras: - que por sinal eram suas amigas - desta única e sucinta forma: “O que vocês estavam procurando??”
Como disse Goete em Fausto, parodiando Hipócrates: “Ars longa, vita brevis” (latim, a frase original era em grego) em ordem indireta mais poética: Longa é a Arte, breve é a vida.
Óleo s/tela -Acadêmico- "Pescador de Truta" - de M.Martins Santos