Reflexão sobre o aconselhamento
Se eu ouço calado, sou rude.
Se eu ouço e opino de forma a deixar-me entristecer junto de seus desprazeres e mágoas, dou-lhe estímulo a continuar soltando lágrimas.
Se eu opino de forma positiva para lhe agradar você diz que as coisas são sempre mais fáceis para mim ou que estou achando que você só faz drama.
Então, apenas não estive aqui para ouvir suas decepções. Deixei que fosse deitar mais cedo e deixar em prantos no travesseiro, o peso fulminante destes fatos que queimaram seu dia. Refletiu também as raivas da minha ausência, o que desatou seus olhos de apenas um ponto focal catártico. Ao me reduzir, pareceu também um pouco aumentado.
Amanhã não apenas te abraço, mas lhe trago boas notícias. Estive com o tempo disposto a trazer-lhe em uma nova realidade mais grandiosa: não me recordo de nada.
Se não queria falar do passado, eu não te atrapalharei. Se queria lembrar e gostaria da minha participação na reflexão do problema, que bom que não tens vergonha e, espero que isso não lhe faça repetir pelo esquecimento os mesmos erros.
Lembro quando disse que estava cansado desta rotina… Bem, ela acabou agora, mas preservou seus direitos e possibilitou a mudança que você sonhava, mas esperava acontecesse sozinha.
O clarear trará mais do que o sol. Também porque talvez o sol nem apareça, talvez ele fique com medo do brilho da sua disposição para uma mudança repentina que lhe trará seguramente um fulgurar bem mais potente que os próprios raios solares jamais alcançaram. Eles jamais teriam esta potência que o descanso lhe inspirará pela manhã após a tortuosidade e as disparidades sem graça da vida ontem.
Agora o ontem acabou!