QUEM ACREDITA NO DESTINO?

Desde que a consciência despertou o Homo sapiens 12 mil anos atrás, nossa existência sempre teve mais perguntas do que respostas. Poucas delas têm o selo de certezas absolutas.

Um dos mais belos relatos deste despertar, pode ser lido em “Cosmos” de Carl Sagan, no capítulo VII “A Espinha Dorsal da Noite”, entre as páginas 169 e 172. Sagan nos ajuda a fazer uma viagem maravilhosa pelas noites estreladas do alvorecer das cavernas.

Como nosso cérebro foi sentindo sede por desvendar o desconhecido. De simples fogueiras no céu, de repente, as estrelas passaram a marcar as estações de cultivo. Os motivos das mulheres sangrarem em certas fases da lua. O fogo esquentando as noites geladas. Assando as caças. Os mistérios do nascimento, vida e morte. Uma engenharia que continua causando lágrimas de alegrias e tristezas em plena era tecnológica.

A evolução que nos permitiu dominar o planeta aconteceu entre dois extremos. Não sabemos de onde viemos, tampouco sabemos para onde vamos. Se isto não bastasse, é impossível afirmar com 100% de certeza o que somos.

Deveríamos comemorar nossa sorte todos os dias, se realmente somos a obra-prima de algum criador, e presenteados com a dualidade da alma. Da mesma maneira, seria pura sorte ser herança da sopa primordial do Big Bang.

Não sei como ficaria o ego da raça, se nos descobríssemos resultado de alguma experiência malsucedida, que alguém com sentimento de culpa ou piedade, abandonou no planeta para não ser destruída. Tomando o cuidado de apagar todos os vestígios que possibilitasse ser encontrado.

Desde o nascimento, sofremos um bombardeio de teorias. Uma lavagem cerebral disfarçada. Existem as científicas, as religiosas e as ocultas. Das três, só as científicas não precisam de convenções criadas para existirem. Este fato é relevante.

No labirinto que separa Darwin de Deus, surgimos na seleção natural das espécies com a capacidade de criar deuses e divindades. E não contentes, começamos a adorá-los e temê-los.

Talvez, o que nos define melhor como Seres Humanos, são as teorias ocultas. Que nos fazem acreditar num paraíso, céu ou inferno. Que desenhos de estrelas batizadas de constelações, ou linhas nas palmas das mãos influenciem nossas vidas no dia a dia.

As teorias ocultas são parasitas silenciosos passeando pelo nosso inconsciente. Somos atirados num mar de incógnitas, que abrem as portas do destino. Estamos representando um script predeterminado, ou podemos escrever o nosso próprio com livre-arbítrio?