Da licenciada ao sempre em exercício
Querido,
estou adoooorando o espetáculo televisivo que nos proporciona a Platinada, acompanhando, educando, e orientando, os debates no Senado da República. E vou ganhando ânimo para entrar em cena na segunda próxima. Como são reveladores, e ardentes de pura convicção democrata esses dignos representantes da Câmara Alta.
Ah, como me vejo tentada a encerrar minha carreira política naquela egrégia Casa. E posso me candidatar pelas minhas Gerais, pelo Rio Glande do Sul, pelo DF, ou por qualquer estado nordestino, onde mantenho tão elevada apreciação do eleitorado.
Completado meu mandato em fins de 18, e após retornar a faixa ao Inácio, tiro uns meses de férias e assumo, revigorada, o meu assento senatorial. Mais uma mulier sapiens a dar a graça e a garra à Casa que Machado - o das letras, não o das delações - celebrizou. Sei que já conheces a tão bela página a que me refiro, mas vale a pena reler. Se quiseres, ta mando pelo Bessias. Que aliás, vai me levar ao Senado na segunda-feira. Na liteira.
Compadeci-me profundamente da tristeza de Renan, que tanto fez por Gleisinha e ela ainda ousa colocar sob suspeição a honra de seus pares. Vou puxar-lhe o narizinho. Ela não perde por espernear. Bem que podia ser mais comedida como sua colega de banco, e de brancura, a Grazziotímida.
Essa minha atenção toda ao debate, e fiquei sem um feed-hack sobre a repercussão de minha cartinha-circular aos Senhores Senadores. Tu que com eles manténs um diálogo mais freqüentes, de palco e bastidores,
quem sabe, podes me adiantar alguma coisa? Sei que alguns há de posições bem firmes no tocante à extensão sine die de minha licença, mas outros há que podem perfeitamente passar por uma lavagem cerveróal.
Estou pensando até numa re-edição da carta para adicionar-lhe conteúdo, e nesse sentido, conto contigo, dono de pendores literários inigualáveis. Demais, certa estou que se mesoclizar, vou abafar. Me há judas?
Vens provar de meu croissant enquanto é de manhã?
Bisoux, Didil