Vaidade

Rasgo-me depois de tantas ilusões

É como viver em eutanásia

Morte lenta

Eu quero sempre mais do que vem das simples coisas

Contentar-me seria um luxo que não estou disposta a experimentar

O amor?

Esse já nem conheço

É pura obsolência e déjàvu

Capricho irremediável

Não quero nada do que me é suficiente

Há controvérsias em mim

Quero a liberdade de uma vida sem barreiras, sem nãos

Desejo o necessário para acabar com minha vaidade

Mas sonho com o sentimento de uma paixão comum e rotineira,

Onde casais se beijam no parquinho

Mas anseio pela sensação de não pertencer à nenhum ser humano

Onde pessoas se conhecem, se encantam, mas se vão

Quero permanecer e me afogar nas lembranças

E então escrever sobre tudo aquilo que poderia ter sido

Porque me contento com pouco, me contendo com saudades e memórias

É masoquismo envolto em mesquinharia

É querer ser e não ter para não ficar, ser assim como a vida: uma eterna viajante de tempo.

Déborah Menezes
Enviado por Déborah Menezes em 19/07/2016
Reeditado em 19/07/2016
Código do texto: T5702994
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