Vaidade
Rasgo-me depois de tantas ilusões
É como viver em eutanásia
Morte lenta
Eu quero sempre mais do que vem das simples coisas
Contentar-me seria um luxo que não estou disposta a experimentar
O amor?
Esse já nem conheço
É pura obsolência e déjàvu
Capricho irremediável
Não quero nada do que me é suficiente
Há controvérsias em mim
Quero a liberdade de uma vida sem barreiras, sem nãos
Desejo o necessário para acabar com minha vaidade
Mas sonho com o sentimento de uma paixão comum e rotineira,
Onde casais se beijam no parquinho
Mas anseio pela sensação de não pertencer à nenhum ser humano
Onde pessoas se conhecem, se encantam, mas se vão
Quero permanecer e me afogar nas lembranças
E então escrever sobre tudo aquilo que poderia ter sido
Porque me contento com pouco, me contendo com saudades e memórias
É masoquismo envolto em mesquinharia
É querer ser e não ter para não ficar, ser assim como a vida: uma eterna viajante de tempo.