Da titular, licenciada, ao sem exercício (47)

Queriiiido,

deves estar sentindo uma falta danada de minhas missivas, que já foram bem mais regulares. E bem sabes que não é por falta de tempo que não tenho escrito. E tampouco de vontade voraz de manter-te sempre ao corrente de meu cotidiano, por que tanto te preocupas.

E até sem razão substantiva, posso dizer-te com segurança, pois estou muito bem acomodada e livre até desses clips noticiosos que tanta dor de cabeça me davam, pois sou sensível por demais ao que se passa na (i)nação, bem como nas dificuldades de nossos meninos de cumprirem suas diretrizes ministeriais.

E que coisa pavorosa, essa seqüência de eventos mais recentes em nosso grande irmão do norte, hein? E não é na Venezuela que estou falando. O buraco é bem mais em cima. E até desanima. E nem é por falta de rima. A coisa lá tá, ...ah, deixa pra Alá...Que também é divindade misericordiosa e todo-poderosa, que engaja uma fidelidade espantosa.

Felizmente não temos esse gênero de problemas entre nós, gente pacífica e ordeira, que veio da boa sementeira, da boa cepa européia, como da vara de Sem. Aqui, em autoridade constituída ninguém atira. Só mesmo o Vargas, em momento de extremo desespero, e contra seu próprio peito. Embora admirado por sua lucintrepidez, não teve seguidores à altura. E olha que passava de um metro e sessenta, calçado com suas lustrosas botininhas.

Exatos vinte e oito dias para a grande celebração da Abertura dos Jogos Olímpicos. Solenidade imperdível. E sei que estarás lá, como o farol que nos ilumina, e o breu dissipa. E vamos partir para as medalhas.

Bisoux, Mimita

PS: Ando procurando um baterista de carteira, para animar as minhas noites julinas. Depois dou-te detalhes para a formação de quadrilhas.

Paulo Miranda
Enviado por Paulo Miranda em 08/07/2016
Reeditado em 09/07/2016
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