Do sem exercício à titular, licenciada (45)

Vanucha dearest:

absolutamente sem tempo, crio-o somente para não paralisar nosso deleitoso e saudável colóquio. Mas como vês, tenho andado assaz atarefado ultimamente e tenho tido de dar murros na mesa até para que me tragam o café. Ah, não calculas a falta que Catalão nos faz, com sua postura obsequiosa que a tantos aprouve, e ainda apraz. Pena mesmo que tive que dispensar seu concurso em razão de constrangimentos orçamentários graves e urgentes.

Fiz o que estava ao meu alcance para encorajar o Edu à luta pelos seus direitos. A Cruz que carrrega não tem precedentes na história republicana. Cheguei a insistir com ele para que buscasse apresentar-se com gravatas de tonalidades menos fortes, quiçá até de tons mais esmaecidos. O Ludiciário é por demais sensível à excessiva solidez cromática.

Entretanto, essa história que ele estaria propenso ao pranto é pura invencionice, cousa que repilo veementemente. É homem de fibra, de fé e de bater até. Baterista de truz que é. E a legião de amigos do peito, pleito e preito de que dispõe é inumerável. E fiel, acima de tudo.

Estou fazendo o que posso e indo até mais além pelo Rio de Janeiro, sufocado pela incúria e o descaso de muitos que precederam o Big Foot. E dor neles, os impagáveis e inapagáveis cariocas me constrange, me dói, como sói - e até como seu herói.

Vou resolver essa crise de tornozeleiras, mas não me gostou nada esse corte de cabelo de Cascata e de Cavendish. O homem é sempre dono de onde cabê-lo. Vou conversar com o Jambert para corrigir esse desplante capilar. E até falo em cadeia, se precisar.

Seguem com o inefável Bessias os clips da imprensa do dia. Recomendo fortemente a leitura do artigo sobre os milagres do homem de Abadiânia. Sempre podem nos ser úteis e arautos do bem que está porvir.

Ciao, Querida

Elias

Paulo Miranda
Enviado por Paulo Miranda em 05/07/2016
Reeditado em 05/07/2016
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