Perfis recantistas (Silvânio Alves - 112)

Provindo do Maranhão, lá no quase extremo setentrião, o Poeta Silvânio Alves foi encontrar acolhida na progressista cidade mineira de Divinópolis, cidade que além de ser do Divino, é-o também de confrades que já figuram nestes perfis, como Nanda Araújo e Susann. Até mesmo este redator já teve uma passagem de três anos por aquela ditosa cidade. Mas então muitos entre vós nem éreis então nascidos. Tempos em que Adélia Prado lecionava no Estadual do Porto Velho, e em que você podia ir ao Cine Arte Ideal ver uma sessão de soirée, e levar a namorada pra casa a pé, respirando o ar puro do mundo candidés.

Inda assim, o essencial sonetista Silvânio fez duas boas escolhas: morar nessa abençoada cidade e entrar para a confraria do Recanto. Seus mil seiscentos e tantos textos geraram mais de meio milhão de leituras, desde 2008. Três composições suas ultrapassaram a marca de 25 mil leituras, em discursos sobre a condição das mulheres e a educação, onde se evidencia o vigor e o sucesso da militância desse maranhense que atravessou o Brasil, para experimentar o que um trovador eminente da cidade, Jadir Vilela, proclamava nos meados dos anos setenta, quando uma estonteante Marly Rocha retornou à cidade com a coroa de Miss Minas Gerais, e baratinou a cabeça de tanto bom rapaz, até com seminarista atrás:

Divinópolis, o teu frio

o forasteiro não sente

pois encontra calor de estio

no abraçar de tua gente...

Paulo Miranda
Enviado por Paulo Miranda em 03/07/2016
Reeditado em 06/07/2016
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