Da titular, licenciada, ao em exercício (38)
Querido,
Esse fim de semana todo sem contato contigo, mesmo contido, deixou-me desarvorada. Nem li as cópias do clipping noticioso que gentilmente colocaste à minha disposição por meio do inefável Bessias.
Estive também tão absorvida com a movimentação das quadrilhas que mal tive tempo de passar os olhos nos nossos jornais.
Mas adorei ver-te em Goiás, cercado de senadores amigos, em mais uma pose que reluzes. E como te fica bem a informalidade da camisa branca, imaculada, em meio aos anjos-marmanjos de azul claro. Como uma nuvem celestial, se me permites a analo(r)gia. Pena mesmo que não tenhas podido ficar por mais tempo em tão altruísticas companhias. Estou cada vez mais segura de que não terá faltado à pauta de discussões a regularização de minha licença. Sabes, temo, por exemplo, comprar uma passagem de volta ao mundo, sem poder precisar a data de retorno. Alterar uma passagem aérea hoje em dia é prejuízo e não quero onerar os cofres públicos, como aliás foi sempre meu princípio.
Houve a aquisição da bicicleta, é verdade. Mas sem pedalar, podes bem imaginar, meus músculos poderiam atrofiar. E o país, consequentemente, parar. Bem que te ofereci uma garupa mas estavas sempre a compor os teus poemas, ou determinado a reencontrar a Paulicéia de teus encantos. E a saudade do infante naturalmente que pesava. Mas com a família reunida na capital, podes agora relaxar-te.
Ouve bem o que doutrinou a Suplicy, quando chefiou a Pasta do Turismo.
E por falar em Pastas disponíveis, como anda il mercato de cotaçãoes?
Surpreende-me que não tenhas acenado com uma delas à jurista Paschoal. Nasceu talhada para o comando. Tem, é verdade, seu lado anti-ecológico como essa insistência em elimar jararacas, mas isso, numa sessão com Dona Marina, ela será convencida da utlidade ofídica.
Imagina só a proliferação de Ratinhos que iríamos testemunhar, se se acabasse com as serpentes.
Estou literalmente chorando pela Argentina. São por demais cruéis os deuses do esporte. E que injustiça logo com o Lionel Messi. Será que as bênçãos de Francisco foram mal-dirigidas? Quem sabe se seria o caso de recorrerem ao evangelismo? Lá, seguramente, o milagre é certo. Desde que se liquide a sacra obrigação do dízimo. O meu, para não ser tentada pelo Maligno, e esquecer, fiz como determinou o Milionário, perdão, digo Missionário Só Ares: botei-o no débito direto.
E adeus preocupações.
Estou ardendo de ansiedade na contagem regressiva da abertura dos Jogos Olímpicos. Estou pensando seriamente num costume padronizado, de faixas listradas. Botando o preto no branco. E até já começo a fazer conta das potenciais medalhas. Com a Rússia fora, é nossa hora.
Bejim, bejim,
Mimita