UMA ANÁLISE SOBRE A NÃO MEDICALIZAÇÃO DA VIDA – A LUTA É PELA QUALIDADE DE VIDA DA SAÚDE MENTAL.
RESUMO
Este ensaio analítico tem como objetivo analisar de forma breve as pesquisas relacionadas sobre a medicalização da vida e qualidade de vida da sociedade brasileira. A revisão bibliográfica foi baseada na consulta a artigos científicos e através de busca no banco de dados do Conselho Federal de Psicologia.
Foi através destas pesquisas, que de acordo o Conselho Federal de Psicologia (CFP), foi lançado uma Campanha Nacional “Não à medicalização da Vida”. E chama a atenção para as questões da Medicalização, pois é um processo que transforma questões de ordem social, política, cultural em “distúrbios”, “transtornos”, atribuindo ao indivíduo uma série de dificuldades que o inserem no campo das patologias, dos rótulos, das classificações psiquiátricas. Desta forma, a importância dos movimentos sociais que mantém esta luta viva, ainda inacabada, com velhos e novos desafios para a Psicologia.
Diante destas informações acima citadas, que a Psicologia assume um compromisso social para promover a qualidade de vida, a promoção de direitos iguais, bem como diminuir o sofrimento mental na sociedade e dos indivíduos em vulnerabilidade social.
Palavras – Chaves: Medicalização; Saíde Mental; Psicologia; TDAH.
A Partir do uso exacerbado de medicalização no Brasil, foi realizado em São Paulo em 2010, o Fórum sobre Medicalização da Educação e da Sociedade, no I Seminário Internacional “A Educação Medicalizada: Dislexia, e o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) e outros supostos transtornos”. (HARAYAMA, 2013). O Fórum tem como objetivo articular entidades, grupos e pessoas para o enfrentamento e superação do fenômeno não a medicalização, bem como mobilizar a população para a crítica à medicalização da aprendizagem e do comportamento.
Ainda na perspectiva dos transtornos de aprendizagem e do TDAH, no Brasil, em 2012, o Conselho Federal de Psicologia, aponta que foram vendidas 2 milhões de caixas de medicamentos para tratar distúrbios de aprendizagem. Um número assustador, mas que se faz presente nos diagnósticos inadequado ou precoce que rotula a criança.
No entanto, não se trata de rotular ou reduzir, mas sim de expandir as possibilidades e potencialidades de desenvolvimento, uma vez que o diagnóstico beneficia intervenções adequadas e qualidade de vida para a criança e de sua família, entre outros motivos, por permitir sua inclusão social.
De acordo o Conselho Regional de Psicologia, a medicalização é o processo que transforma, artificialmente, questões não médicas em problemas médicos. Problemas de diferentes ordens são apresentados como “doenças”, “transtornos”, “distúrbios”. Questões coletivas são tomadas como individuais; problemas sociais e políticos são tornados biológicos.
Conselho Regional de Psicologia reitera que a medicalização tem assim cumprido o papel de controlar e submeter pessoas, abafando questionamentos e desconfortos; cumpre, inclusive, o papel ainda mais perverso de ocultar violências físicas e psicológicas, transformando essas pessoas em "portadores" de distúrbios de comportamento e de aprendizagem.
O uso descontrolado de medicalização exacerba traços da nossa personalidade, como agressões físicas e psicológicas, pois eles assumem um papel controlador dos nossos comportamentos, bem como transtornos irreversíveis.
Em função dessas preocupações, o Conselho Federal de Psicologia através das Campanhas Não à medicalização da Vida, vem buscando sensibilizar a população sobre questões da Medicalização, pois é um processo que transforma usuário em dependentes. Atribuindo ao indivíduo uma série de dificuldades que o inserem no campo das patologias, dos rótulos, das classificações psiquiátricas.
A Psicologia assume o compromisso social e parte da concepção de que a saúde configura-se como um processo e não um estado medicamentoso, sendo que o mais importante nesse processo é o ser humano ali comparecer como sujeito. Dessa forma, é preciso reconhecer história de vida do individuo, seus valores, suas crenças e suas experiências construídas. É importante que profissionais e estudantes psicologia estejam engajados e contribuam efetivamente na promoção da saúde mental brasileira.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
De acordo com a bibliografia apropriada, foi possível levantar questões importantes sobre o uso inadequado de medicações e os impactos que podem causar na relação aos transtornos de aprendizagem e ao TDAH. Desta forma, o diagnóstico precoce, em certo sentido, é o contrário de rotulação, pois ele contribui e permite o tratamento adequado por meio de reabilitação cognitiva, intervenções escolares e apoio aos pacientes e seus familiares.
Ainda na perspectiva dos transtornos de aprendizagem e do TDAH é um problema de ordem pública, pois, no Brasil em 2012, o Conselho Federal de Psicologia, aponta que foram vendidas 2 milhões de caixas de medicamentos para tratar distúrbios de aprendizagem. Um número assustador, mas que se faz presente nos diagnósticos inadequado ou precoce que rotulam a criança.
Em função dessas preocupações, o Conselho Federal de Psicologia através das Campanhas Não à medicalização da Vida, vem buscando sensibilizar a população sobre questões da Medicalização, pois é um processo que transforma usuário em dependentes. Atribuindo ao indivíduo uma série de dificuldades que o inserem no campo das patologias, dos rótulos, das classificações psiquiátricas.
Diante disso, é importante que profissionais e estudantes tanto de psicologia e outras profissões, unam esforços em participar assiduamente da produção de projetos e intervenções nas escolas, nas políticas publicas, bem como estejam engajados e, contribuam efetivamente na promoção e luta pela qualidade de vida da saúde mental brasileira.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. (2013). Subsídios para a Campanha Não à Medicalização da Vida. Brasília: CFP.
CONSELHO REGIONAL DE PSICOLOGIA – SP (2010). Manifesto do Fórum sobre Medicalização da Educação e da Sociedade. Disponivel em: <http://www.crpsp.org.br/medicalizacao/ manifesto_forum.aspx> Acesso em 15 de maio de 2016.
FRIAS, L.; VIEIRA, JÚLIO-COSTA, A. - Os Equívocos e Acertos da Campanha “Não à Medicalização da Vida”. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/pdf/psipesq/v7n1/v7n1a02.pdf> UFJF: 2013. Acessado em 13 de Maio de 2016.
HARAYAMA, R.- Os Movimentos Sociais, a Ciência, a Medicalização e a Antropologia: Comentário Sobre o Artigo "Os Equívocos e Acertos da Campanha 'Não à Medicalização da Vida'. Belo Horizonte: 2013. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S198212472013000200014>. Acessado em: 19/05/2016.