Da titular, licenciada, ao em exercício (20)
Querido,
parabenizo-te por condenar, com energia, a vileza do crime de estupro coletivo cometido no Rio de Janeiro. Inadmissível. A grande imprensa repercutiu tuas judiciosas e injuriadas palavras. Pena é que não deixaram espaço de primeira página - ou das seguintes - à violação não menos torpe e ainda mais flagrante de nossa Constituição. Estou, nada obstante, segura que a Justiça prevalecerá. Como tu, de estar, haverás.
Tentei contato com o Never para um poquerzinho, com fondue. Nem o cheiro dele, no entanto. Soube que andou pela praia, menino do Rio que é, mas sem a tanga de crochet que, por inteira, é cousa de Gabeira.
E em Fernando falando, que desapontamento saber que o o rutilante Cardoso cancelou sua ida à universidade norte-americana que lhe confere o título Honoris Causa. Oportunidade henriquecedora que se deixa passar.
O momento, contudo, exige circunspecção e, naturalmente, vaga no avião. A classe econômica então é deprimente, onde até cotovelos ficam para a frente. Conversa com o pessoal da Embraer para que corrijam essa distorção. Já não basta a qualificação de nossos aeroportos como verdadeiras rodoviárias? Que estará pensando a gentalha onde o funcional é só a genitália? O óbvio ulula.
Bonito o gesto de Obama, visitar o Japão, mesmo sem pedir perdão. Demais, de que adiantaria, se genocídio e gemocídio não combinam? E como o Karnal pontificou - que figuraça, hein? - o próprio Japão nunca se desculpou pelos dez milhões de chineses que pereceram sob a sua clava, nem tampouco pelas milhares de coreanas que se fizeram suas sexuais escravas...
Na lista dos duzentos CEOs mais bem pagos, o New York Times só cita operadores norte-americanos. Esquece-se da realidade latina, numa flagrante esnobação. O Chapo Guzmán, do México, mesmo, o Macedo, o Mala e o Eunício, o Inacinho, foram injustamente esquecidos. Uma reparação faz-se necessária. Exijo, de grelo rijo!
Não vou me estender mais porque o fim-de-semana logo se evanesce, e ficar sem descanso, mesmo no descaso, ninguém merece. Só mais um breve registro: Romerito rompeu o silêncio a que se impunha - nada a ver com Cunha, que cá entra só por rima - e me escreveu. Bela missiva por sinal, como é seu feitio. Feitio de oração - ou sentença - aliás. Copio-te na resposta?
Besitos,
Didil