A práxis da verdadeira libertação
A desumanização, visualizada e sentida por todos, é o resultado da humanização negada pela injustiça.
Opressores e oprimidos, cada um a seu modo, participam dessa situação, marcada historicamente pela exploração.
A pseudo-generosidade, presente na nossa sociedade, alimenta a exclusão e o falso amor, porque perpetua, por meio do humanitarismo, não do humanismo, a injustiça, ao sustentar a opressão. "Talvez dês esmolas. Mas, de onde as tiras, senão de tuas rapinas cruéis, do sofrimento, das lágrimas, dos suspiros?"(São Gregório de Nissa, Sermão contra os usuários).
A verdadeira generosidade advém da conscientização da problemática e a busca conjunta das soluções, realizadas pelos próprios excluídos, numa tarefa árdua de libertação e transcendência, motivada pelo trabalho, pelo reconhecimento dos deveres e dos direitos.
Há a necessidade, ainda, da consciência da grande responsabilidade, que a libertação requer.
Não há como humanizar o Ser Humano, esperando a ajuda de um super-herói, nem mesmo de um herói. Humanização é trabalho coletivo, exaustivo, que deve acontecer por meio da própria superação, de forma a não serem os oprimidos futuros opressores, mas verdadeiramente os responsáveis pela ação, que gera uma permanente libertação.