O fato do jogador Daniel Alves comer a banana atirada no campo foi legal e até simbólico. Valeu pela circunstância. Mas o que traz significado real para a vida não são as bananas atiradas ou comidas... o que vale mesmo é não sermos bananas na vida.

Mais do que fazer das redes sociais um imenso bananal, é necessário ir para onde a vida acontece de verdade, acolher o outro, abraçar o outro, receber o outro em casa, ouvir o que o ele tem a dizer e deixar que ele saiba dos nossos pensamentos através do que falamos. 

É preciso compartilhar a mesa, rir, comer e beber junto... muitas vezes chorar junto. Sentir as dores e as alegrias do outro, apesar das diferenças.

O que vale, de verdade, é olhar o ser humano à nossa frente e vê-lo tão humano quanto somos.

O que vale é a certeza do 'Namastê' - o mesmo Deus que me habita, faz do meu próximo um de seus tantos lares... afinal de contas, "na casa do Pai há várias moradas".

O que vai restar no final é o quanto fomos capazes de amar e aceitar aqueles que, em algumas situações, conscientes ou não, rejeitamos como irmãos.

E então seremos mais humanos e menos bananas.




*Escrito no ano de 2014, por ocasião de um ataque racista sofrido pelo jogador de futebol Daniel Alves, quando ele se preparava para bater um escanteio no jogo entre Villareal e Barcelona. O ataque racista consistiu numa banana atirada ao campo, que, em resposta, o mesmo pegou e comeu. Naquele período as redes sociais foram invadidas por celebridades e anônimos que postavam fotos com uma banana e a hastag #somostodosmacacos.

Imagem: josianneamend.blogspot.com
Jefferson Lima
Enviado por Jefferson Lima em 28/04/2016
Reeditado em 08/06/2016
Código do texto: T5619498
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