Um ensaio sobre a compreensão – uma definição reflexiva

A compreensão é uma estrada de mão dupla. O exercício de entendimento que envolve a compreensão necessita primeiro de argumentos apresentados, sejam esses bons ou ruins. Através dos argumentos, que são flexíveis e circunstanciais – ou seja, que dependem do espaço e do tempo em que surgem -, é que haverá a reflexão daquilo que foi exposto, para que se tenha, a posteriori, um parecer, favorável ou não, de seu objeto de reflexão. É como, por exemplo, uma criança tenta justificar seu gostar ou não por determinada aula na escola, baseado na proximidade, ou amizade, que se tenha com um professor. Pode-se julgar sustentável o argumento da criança, o que não é ainda a compreensão. A compreensão é, depois de refletir o argumento da criança, constatar que você entende que a criança gosta do docente, e não da aula em si, por que ela (a criança) se afeiçoa ao docente através de um laço que não é a educação. Ou que talvez crie-se depois do laço afetivo, uma curiosidade que a instigue à matéria daquele docente.

Nos campos afetivos, a compreensão pode – e deve – estar presente cotidianamente. Mesmo que o cônjuge pense e haja diferente de você (o que é absolutamente normal), faz-se necessária a compreensão para que ela seja o agente equilibrante de um possível conflito. E no conflito, amigos, a necessidade de equilíbrio é fundamental para a manutenção da harmonia. O que eu quero dizer com isso? Simples, ou não tão simples assim: o estado de equilíbrio é o determinante numa discussão acalorada por tal ou tal motivo. A harmonia – tal qual a da música – independe do equilíbrio da balança. A harmonia é o estado de elevação e/ou declínio de, simultâneo ou não, uma ideia ou contraposição dela.

Para concluir, a importância da afirmativa de que a compreensão é uma estrada de mão dupla se evidencia ao notarmos que a compreensão deve ser partilhada por todos os ângulos que se observam determinadas situações. Visto isso, por mais que a sua opinião difira de outra pessoa, o que é natural, repito, é importante que você a compreenda.

Eduardo Costa (Apresentador)
Enviado por Eduardo Costa (Apresentador) em 19/04/2016
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