Perfis recantistas (102 - Rosa Pena)
Rosa, que despreza Angela - enquanto nome - não pena para refulgir. Seus originais e inflamados textos são avidamente esperados por uma legião infindável e inafundável de seguidores. Intrigantes, cortantes, elegantes, ainda que por vezes, tão distantes...dos corações arfantes.
A aceitação de Rosa torna-se ainda mais expressiva quando atentamos para os números: são milhões de leituras acumuladas e um já sem-número de obras publicadas. Há uma sensação clara, bem delineada, de que para além do Recanto das Letras, e muitas tretas, Rosa tenha d'autres chats à fouetter...or other fish to fry...que em bom português corresponderia a muito aperto de costura para poder dar um pouco mais de atenção à confraria recantiana. E com efeito, uma pessoa que chega à estatura literária de Rosa, tem demandas de atenção, extensão e intenção, que não mais acabam.
Mire-se no exemplo de Zezé de Camargo e Luciano, que antes mendigavam oportunidades para mostrarem seu talento e hoje já não devem ter vaga na agenda para ensaiar um simples lundu com Zilu.
Verdade é que rosas não faltam em nosso meio, tantas que o são de nome e perfume, quanto as que pintam, bordam e transbordam na poesia, e não só nas letras dos poemas, mas também graficamente, como é o caso contumaz do vate Balbacch que a elas invariavelmente recorre, em seu acendrado rosantismo, para o deleite de seu sempre crescente e fremente fã clube.
E em meio a todo esse roseiral, e conquanto espinhosa, quem não quer partilhar do desabrochar da Rosa?