Curta - Cotidiano
O cotidiano é o pulsar da vida e dos acontecimentos que brotam num instante. Teias emaranhadas de significados habitam imaginários no concreto da realidade. A cultura engole o indivíduo diluindo-o na multidão. Em algum momento o despertar do sono profundo e o recordar dos sonhos e dos pesadelos. Um copo d’água na madrugada e mais um dia nasce. O desjejum, o café da manhã e uma rápida lida no jornal para avivar as notícias do dia e impulsionar as conversas até o almoço. Depois do arroz e feijão, ovo cozido, aipim, salada de alface e tomate e um papa terra frito vêm o adocicado e suculento gomo de laranja de umbigo. A tarde começa com uma xícara de café preto enquanto um navio draga encalha na barra do Mampituba. O carro da pamonha passa e do picolé também. O burburinho faz a anunciação de um evento importante que traz colorido ao céu. O Balonismo está chegando acompanhado do frio. Será que vai chover? Tomara que não, chega de água, o riacho transbordou e as escolas alagaram. As ruas não existem quando há o transtorno combinado entre o deságue pluvial, a cheia do rio, a revolta da lagoa e a ressaca do mar. Os maricás estão floridos, haja casacos para o rigor do inverno. E o verão vai demorar muito? O marasmo do “inverneio” e o agito do veraneio são os extremos do cotidiano litorâneo. No interior, a colheita do arroz movimenta a comunidade do Jacaré e o torneio de futebol começa nas “várzeas” da zona rural. Na beira mar, os campeonatos de surf são os atrativos principais onde os domadores de ondas flutuam artisticamente sobre o oceano. Na Câmara de Vereadores as promessas para as próximas eleições e na esfera Federal um Golpe de Estado está em curso ameaçando o Estado Democrático de Direito. Há rumores de impeachment! Os salários parcelados e o funcionalismo sucateado no Rio Grande do Sul. A cidadania toma corpo com esperança e poder de indignação combatendo os discursos de ódio e lutando pelos direitos em meio aos “crápulas e parasitas” que iludem e promovem o “terrorismo” entre a população. Cansei, quero uma Revolução e um Governo Proletário! Chega de privilégios e corrupção à galope das injustiças e desigualdades sociais. O “sujo fala do mal lavado” e as mídias disseminam a confusão mental. Mexer na terra é uma alternativa. É melhor colher algumas verduras no quintal e regar as flores. Os pássaros sobrevoam as árvores e os vizinhos atônitos sinalizam que um filhote de baleia jubarte apareceu morta na Itapeva. Na região da “Pedra Chata” um trote solidário da Biologia da UFRGS e no Centro de Cultura um painel sobre o Plano Diretor Territorial e Ambiental. A maravilhosa Torres Histórica e Ecológica que semeará das decisões atuais e florescerá no futuro próximo. O regozijo de existir no presente e consciente de um legado de vanguarda. #Diga Não as Torres de Concreto, estampa a camiseta verde. #Preserve as Torres Naturais, diz o poeta popular. #SOS Itapeva, um tesouro a preservar. #Salve as Baleias, #Cuide da Ilha dos Lobos e #Salve nossas Lagoas e Rios! Para onde vai o lixo que é produzido na cidade? As notáveis casas centenárias do Centro Histórico se desmancham vítimas do descaso e revive a Igreja São Domingos após sua restauração. Dilemas e contradições no espaço tempo e no espaço urbano. Um cosmos vive no cotidiano microscópico dos pequenos gestos, ações marcantes e pensamentos infinitos. Um lapso de lucidez e uma leitura: Os Portais de Torres, um livreto em parceria com Jorge Herrmann promete abrir as novas dimensões torráqueas e será lançado no 28° Festival Internacional de Balonismo na Tenda Cultural, no dia 21 de abril às 10 horas com a exposição das obras originais da publicação. Venha imergir nos Portais e convide a família e amigos para prestigiar. Uma dica infalível, não espalhe, para ser Feliz Plenamente aprenda a viver com simplicidade, sorria e não esqueça: AME incondicionalmente e CURTA cada segundo do seu COTIDIANO!
Publicado no Jornal A Folha/Torres e Jornal Litoral Norte/RS.