Contribuições ao novíssimo poetrix

Resumo

Abordam-se contribuições ao poetrix no que concerne à titulação, ao número total de pés métricos dos três versos e às formas múltiplas possíveis na interação entre diferentes versejadores. São identificados problemas, que são seguidos por recomendações de melhorias alinhadas com os propósitos do MIP e seus integrantes, escritores de poetrix em sua maioria.

Introdução

Trata-se de novíssima poesia, essa concebida em 1999 por Goulart Gomes. Brotara do ventre do hai-kai verdadeiramente nipônico, livrando-se, contudo, das regras rígidas da verdadeira e original linguagem poética japonesa. Ao contrário do poemeto japonês, o poetrix traz consigo a descortinação de um horizonte vastíssimo sobre uma temática livre e se nos faculta a liberdade inata aos desconhecedores das regras de escanção ou de metrificação de versos, bem como das regras que exigem o emprego da rima e da estrofação poéticas, ambas absolutamente não exigidas para a forma poética em que o poemeto criado por Goulart Gomes deve ser composto.

Poetrixta se intitula todo versejador que compõe poetrix. Na verdade, poetrixta deveria se chamar todo versificador que dispõe de pelo menos um livro publicado em poetrix ou é autor de um apreciável número desses poemetos publicados por qualquer forma de divulgação praticada atualmente. Somente autores de livros solos contendo trovas são considerados trovadores pela UBT. De modo semelhante, poetrixtas deveriam ser considerados apenas escritores que têm livros de poetrix publicados? Esse autor entende que a definição da UBT para trovadores antecede à existência da internet, onde livros virtuais são expostos ou mesmo inúmeros poemas (trovas, poetrix, sonetos, repentes, etc.) são postados e ratificam perfeitamente a existência literária de autores, não se fazendo necessário que esses escritores tenham livros em papel ou na forma hardware já publicados para que se justifiquem títulos de poetrixtas, trovadores, sonetistas, repentistas, etc. Para o título dado ao compositor de poetrix, esse autor entende que dele se deve exigir tão somente uma considerável quantidade de poemetos de Goulart publicados, de modo a caracterizar o seu estilo e outras características singulares do vate em foco, seja isso através de meio concreto ou hardware (tipo revistas, livros solos ou coletivos, etc.) ou via o canal virtual da rede mundial de computadores. Deve ser lembrado, entretanto, que a denominação poetrixta ainda carece passar por uma apreciação dos coordenadores e demais integrantes do MIP.

Para a sua composição, o Movimento Internacional Poetrix – MIP recomenda o emprego da chamada Bula poetrix, documento que tem o propósito firme de contribuir para que os poetrix tenham uma cara mais poetríxtica, de verdadeiros trísticos de Goulart e propositadamente menos comum que a encontrada nas formas apenas tercetadas, individualizando-se o poemeto como um descendente do minimalismo, possuidor de características próprias. Assim, contribui-se para que o poemeto em foco descortine possibilidades de leituras diversas e subliminares que possam transcender o que aparentemente registram os versos – preferencialmente curtos – para os leitores.

A Bula poetrix se coaduna com o propósito de uma produção criativa empregando a linguagem poetrix, revelando caminhos para se consiga boa qualidade nessa composição poética, que seja capaz de apaixonar e/ou encantar leitores afeitos à arte minimalista disposta em poetrix. Não se deve, pois, tomar a Bula poetrix como uma regra ou trilho para que não se quebre ou puna o processo criativo em poetrix. Dessa maneira, tal prática à luz da Bula poetrix deve ser imaginada como uma trilha que certamente pode e deve levar versejadores a comporem melhor e com mais facilidade ao se utilizarem dessa novíssima linguagem.

Deve-se ter em mente que o poetrix, um verdadeiro poemeto nascituro, é livre, portanto o mesmo não deve se restringir ao cumprimento de regras ou normas inquebrantáveis; e, dessa maneira, a Bula poetrix se nos apresenta como um apoio para uso recomendável na fase de lapidação do poemeto de Goulart recém-criado, de sorte a torná-lo mais belo, mais sintético e mais estimulante ao pensar do compositor e do leitorado na geração de imagens interpretativas sobre o terceto titulado. Na prática, espera-se que essa condição de poemeto lapidado deve acrescentar ao poetrix um valor superior ao apresentado no momento em que a composição eclode.

Naturalmente, os poetrixtas seguem produzindo poetrix cada vez mais ricos e belos à proporção que se familiarizam com a Bula poetrix, o que certamente se traduz em contribuição significativa para a continuada melhora da qualidade do poemeto de Goulart quando lavrado em português e/ou em outras línguas estrangeiras por penas espalhadas pelo planeta. A Bula poetrix se justifica plenamente.

Um poetrix resume-se a uma única estrofe de três versos e isso em si já se nos revela como um primeiro paradoxo para o novíssimo poema livre, sem regra alguma. Assim, duas estrofes de três versos cada não podem ser entendidas como um poetrix, mesmo que cada uma dessas possa ser lida como um poetrix. Por conseguinte, o poetrix é forjado conforme o modelo de um terceto ou trístico. É fato consumado que o poetrix encerra uma única estrofe de 3 versos.

O poemeto de Goulart mais se afasta, entanto, do hai-kai ao receber um título, o qual deve dar sentido e/ou sintetizar o conteúdo da mensagem formulada pelo versejador, isso ocorrendo à semelhança da trova, quando a quadra heptassilábica e de rimas ABAB não incorpora título algum, conforme se observa na maioria das trovas publicadas, sejam essas populares ou literárias. (É mister lembrar que é permitida a elaboração de trova titulada.)

Estando o trístico inserido na arte minimalista versejada, é ululante que versos curtos ou de poucas sílabas poéticas sejam recomendados quando da criação do poetrix. Por consenso dos poetrixtas integrantes do MIP, chegou-se à regra ou à restrição de que não se deve tolerar mais de trinta sílabas poéticas ou métricas ou pés métricos contados para a soma dos valores encontrados nos três versos. Ressalte-se que isso não é plenamente corroborado por alguns poetrixtas, onde se inclui esse autor, os quais entendem que estão vacantes – na definição do poetrix – informação e recomendação quanto à distribuição de sílabas poéticas nos versos do poemeto. Assim, do modo como está definido o poetrix, tem-se a possibilidade de composição com versos de 1, 1 e 28 pés métricos. Nesse exemplo, o verso de 28 sílabas dificilmente será entendido como um único verso, mas como 2 ou 3 versos, o que equivale a acrescentar 2 ou 3 versos ao poemeto quando lido ou declamado. Tem-se, pois, uma perda de qualidade que amofina a estética do poemeto impresso. Mas isso é a realidade que vigora hoje e ainda merece ser melhor discutida pelo MIP.

Para o título do poetrix, por sua vez, regra ou restrição alguma está estabelecida, mesmo havendo a recomendação que o mesmo possa ser entendido como complementação aos versos ou coisa parecida, além de se relacionar estreitamente ao mote que demandou a inspiração e/ou a confecção do poemeto.

Títulos muito longos e com muitas sílabas são até possíveis, mas essa prática se coloca em choque com a própria arte minimalista, a qual busca o mínimo de palavras para dizer muito do tema livre que deve frequentemente abordar.

É verdadeiro que as formas múltiplas do poetrix podem gerar tercetos com versos muitos longos, tornando impraticável a declamação dos mesmos. Evidentemente que isso tem a ver com a restrição dos trinta pés métricos abordada anteriormente, fato que pode deformar o poema resultante, roubando-lhe a importância no contexto da arte minimalista em poetrix, onde deixa de se enquadrar formalmente pela dimensão agigantada quando do registro escrito para versos muito longos, situação em que pode ainda implicar na impossibilidade física de se terem versos esteticamente bem umbicados na página em que são dispostos.

É fato que tudo isso, conforme posto antes, pode acontecer e mesmo assim os versos ainda devem continuar moldando um terceto titulado, apesar de se afastarem da boa prática recomendada pelo minimalismo em versos: poucas palavras e muitas possibilidades de imagens ricas.

Maior aproximação da arte minimalista acontece quanto menos pés métricos tiverem os versos de um poetrix.

Das 30 sílabas métricas por poetrix

O poetrix deve ser aprendido como uma nova forma de expressão na linguagem poética, esperando-se que o mesmo possa ser declamado em saraus poéticos, apesar desses eventos estarem cada vez mais raros nos tempos atuais.

A trova é o poema que fora popularizado graças ao fervoroso e persistente trabalho a seu favor pelo escritor Eno Teodoro Wanke , que abraçou, de forma brilhante, o trovismo, desde o seu primeiro momento, em 1950, tornando-se um dos maiores propagadores e historiadores do Movimento da Trova Brasileira.

Aquela singela quadra sobrevive até hoje e cada vez mais se dissemina intensamente no Brasil, cujas regras são seguidas regiamente pela União Brasileira dos Trovadores – UBT. Acredita-se que seu verso heptassilábico ou em redondilha maior seja o de mais fácil composição e talvez apresente uma igualmente simples fixação nas mentes dos apaixonados pela trova, mas muito há ainda por se destrinchar a despeito dessa assertiva. Daí – quem sabe? – pode decorrer uma possível explicação para as frequentes declamações de trovas nas reuniões das muitas sessões da UBT existentes no país. As trovas até se nos parecem mesmo escritas para serem declamadas.

Não há regra de metrificação alguma a ser seguida pelo poemeto goulartiano. De concreto, tem-se evidenciado que versos polimétricos imperam nas composições publicadas em poetrix.

É sabido que o sucesso na declamação de cada poemeto de Goulart depende do número de sílabas poéticas apresentado por cada verso. Dessa forma, caso se confirmem mais de doze pés métricos em algum dos versos, a declamação desse verso longo deve naturalmente e/ou quase sempre forçar o declamador que a faça quase que involuntariamente como se dois versos estivessem sendo declamados. Apesar de se tratar de um ato involuntário de quem recita, deve ser melhor entendido como uma limitação da capacidade pulmonar humana, ou melhor, que a mesma decorre de uma restrição ontológica ou inerente ao ser humano, normalmente possuidor de dois pulmões sadios.

Tal liberdade exacerbada de composição de versos com mais de doze sílabas se alinha perfeitamente à liberdade de composição dada ao poetrix, entretanto se choca com a restrição da capacidade pulmonar daqueles que os recitam. Quando isso ocorre, o poetrix declamado será escutado como se uma quadra fosse, no mínimo; e, assim ocorrendo, ter-se-á imposto ao poemeto de Goulart uma perda de identificação quando de sua declamação, fato esse que deve ser entendido como contrário à sua caracterização e negativo quando de sua disseminação junto ao leitorado.

Sabe-se bem que poemas existem para serem lidos e/ou declamados. Por conseguinte, escritos versejados existem não apenas para servirem à leitura de pessoas afeitas ao gênero poesia, apesar desse fato preponderar hoje, sabe-se que poemas – e poemetos – muitas vezes têm sido disseminados via falas declamadoras ocorridas quando de saraus poéticos.

Como ocorre com trovadores associados à UBT e com poetas ligados a movimentos literários vários, reuniões entre afeitos ao poetrix devem ser igualmente motivadas para levar o poetrix à sociedade com a ajuda de integrantes do MIP. Para isso, a ambiência encontrada nas escolas se nos parece apresentar como uma excelente recomendação à criação e à apresentação de poetrix, devendo-se incentivar professores e alunos para essa prática em oficinas exclusivamente montadas para tal. Ululante que se trata de um viés que serve igualmente para incentivar-se o estudo e a prática sobre qualquer arte, em particular sobre a arte em poetrix.

Sendo a arte minimalista a hospedeira do poetrix, versos curtos ou de poucas sílabas poéticas devem ser recomendados. Para esse autor, trata-se de importante observação para que se logre sucesso na confecção de poetrix, devendo estar sugerido em página dedicada ao MIP na internet e/ou na Bula poetrix.

Das formas múltiplas do poetrix

Foram criadas pelos competentes poetrixtas Pedro Cardoso e Tê Soares objetivando a interação entre poetrixtas frequentadores do Grupo de Discussão do Poetrix, o qual ainda figura disponível no Facebook :

O poetrix e as formas derivadas deste servem para aproximar as pessoas através da arte versificada, cibernetizada via net, objetivando o engrandecimento cultural dos homens, da gramática histórica (nascimento de termos novos ou neologismos) e da poesia, ao tempo que deve evitar o uso de formas deletérias na comunicação veloz e apaixonante que encerram, bem como desviar-se do uso da pornografia inconsequente ou da linguagem dos seres rasteiros ou contrários ao bem-estar na sociedade dos homens justos .

Sabe-se que o objetivo das formas múltiplas do poetrix – duplix, triplix e multiplex – tem se nos revelado ser de grande importância para a manutenção do contato virtual entre os poetrixtas que integram o MIP, muitos deles ainda atuantes nesse movimento desde a sua criação há mais de década.

Sobre as formas múltiplas do poetrix, como se deve naturalmente esperar, devem integrar o cabedal de poemetos que compõem o inventário do MIP. Todavia, na grande maioria dessas formas múltiplas geradas ou produzidas ou compostas, o poema formado nem sempre é um poemeto, apesar de apresentar um título e três versos. A razão maior para esse fato repousa na formação de poemas com mais de trinta sílabas poéticas no total dessas apresentadas pelos três versos. Títulos que também acabam por ficar longos demais divergem por isso das dimensões físicas pequenas, as quais são perseguidas para o poemeto mínimo. Gera-se, pois, tão só um terceto de verso(s) muito longo(s), sem valor algum para a arte poetríxtica, pelos motivos já expostos no presente trabalho.

Para explicação dessa anomalia teratológica advinda da interação criativa entre poetrixtas e seus poetrix, esse autor entende que todo par de poetrix, a rigor, não deve ser duplixado, triplixado ou multiplixado, se a operação procedida para tal gerar formas múltiplas que não se conformam ao que reza a definição de poetrix, não atendendo ao número já estabelecido de trinta sílabas poéticas por poetrix. Então, se a forma múltipla gerada não é um poetrix, a mesma não deve integrar o inventário de poetrix do MIP e/ou dos autores. Mesmo que 2 poetrix sejam individualmente excelentes, pode haver a possibilidade de gerarem formas múltiplas belas e interessantes, mas que não têm valor algum dentro da arte poetríxtica pelo simples fato de não pertencerem à arte poética em poetrix. Sem dúvida alguma, o exercício de geração de formas múltiplas é deveras interessante e não deve ser bloqueado ou impedido de acontecer por gerar filhotes fora do universo poetríxtico. Por outro lado, chamá-las de formas poetríxticas (duplix, triplix ou multiplix) se nos configura uma impropriedade por desalinharem-se da única regra, de fato, que o MIP tem como consenso para o poemeto de Goulart: os 30 pés métricos por poetrix.

É claro que os processos de duplixação e triplixação são indubitavelmente importantes para a interação entre os poetrixtas. Servem até mesmo para que o poetrixta possa autoduplixar seus poetrix. Idem para autotriplixá-los e automultiplixá-los. Trata-se, portanto, de um exercício de confluências semânticas e de junção de formas textuais versejadas que se ajustam perfeitamente, sem perda alguma acontecer sobre o poetrix original ou raiz na montagem de um novo poema.

No dia a dia, com um olhar mais atento sobre formas múltiplas postadas na internet, esse autor observa que se tem revelado uma prática ou um exercício em processos de união com alguma perda entre poetrix de autores diferentes ou do mesmo autor. Portanto, as formas múltiplas do poetrix não são resultado de uma realidade praticada sem imperfeições, pois essas são frequentemente cometidas e identificadas, fato que provavelmente se pode explicar por não ser tão simples quanto se possa imaginar esse processo de junção de 2 poetrix, muitas vezes requerendo habilidades singulares do poetrixta que completa a duplixação à direita ou à esquerda do poetrix original, por exemplo.

Na maioria das duplixações praticadas podem ser encontradas algumas falhas, que, a priori, não devem acontecer e/ou ser toleradas, mas é sabido que têm sido aceitas ou ignoradas entre os praticantes. Nessas irregularidades podem ser verificadas negligências no tocante à obediência da pontuação, ao uso indevido de letras maiúsculas postas em artigos, substantivos e adjetivos no meio dos versos resultantes da duplixação, dentre outras mais. Além desses cometimentos de desvios menores, os quais não impedem o bom entendimento do poema assim formado, o ponto que se mostra mais alarmante é quase sempre o exacerbado número de sílabas métricas nos versos da forma múltipla obtida, formando um pseudopoetrix ou um poetrix teratologicamente agigantado. Não fosse isso, o mesmo poderia ser considerado um correto poetrix duplixado ou duplix, simplesmente, para o caso mais simples da forma múltipla.

Para as formas múltiplas, em se preservando o modelo com que se permite sejam praticadas hoje, devem ser criadas as denominações pseudoduplix, pseudotriplix e pseudomultiplix, de sorte que esses poemas resultantes da interação entre os poetrixtas sejam entendidos como não pertencentes à arte poetríxtica, mas admitidos como justo resultado da interação entre poetrixtas do MIP, além do dificultoso, porém interessante processo de criação que pode acoplar 2 ou mais poetrix do mesmo autor ou, com maior frequência, de autoria de diferentes poetrixtas.

Formas múltiplas apresentando mais de 30 sílabas poéticas, para que não causem estranheza alguma ao serem lidas por novatos ou integrantes recém-chegados ao MIP, esses ainda guiados pelo estabelecimento de 30 sílabas poéticas por poetrix, devem empregar o prefixo pseudo em cada uma das denominações dadas à forma múltipla produzida.

Por fim, deve-se entender que os processos de duplixação, triplixação e multiplexação de poetrix podem gerar ou não duplix, triplix e multiplix. Quando a forma múltipla contrariar a restrição das trinta sílabas, a mesma deve ser chamada de pseudoduplix, pseudotriplix ou pseudomultiplix.

Uma explanação breve sobre o abordado aqui deve ser disponibilizada na internet para os poetrixtas e os duplix, triplix e multiplix – quando respeitado número máximo de 30 sílabas métricas – devem ser abrigados pelo inventário de poemetos do MIP e seus poetrixtas.

Está claro que da duplixação de 2 poetrix 3 possibilidades existem para o poemeto gerado nessa operação: duplix perfeito, duplix com imperfeição(ões) e pseudoduplix.

O duplix com imperfeições pode e deve ser corrigido pelos poetrixtas mais exigentes sempre que possível. Todo duplix perfeito deve integrar o rol de poetrix dos seus autores e do MIP. Para o pseudoduplix, esse autor entende ser ainda preciso que se decida na ambiência de discussão do MIP onde preservá-lo, se for o caso de mantê-lo exposto aos poetrixtas novatos.

Por sua vez, para as formas múltiplas irregulares e não enquadradas no gênero poetrix, a guarda ou não desses poemetos pelo MIP deve ser melhor discutida na ambiência do seu Grupo de Discussão na internet.

Do título do poetrix

Que a arte minimalista busca dizer o máximo com o mínimo de termos se nos parece óbvio. Está na internet :

O poetrix é minimalista, ou seja, procura transmitir a mais completa mensagem em um menor número possível de palavras e sílabas.

Essa posição endossa as colocações dispostas no item anterior do presente artigo.

O título dado a um poetrix, contido no bojo da arte literária minimalista em versos, também deve ser definido, preferencialmente, de modo claro e conciso, entendível pelo leitorado desse tipo de poemeto. Frequentemente, títulos longos em demasia podem ser enxugados e elegantemente reescritos coerentemente ao minúsculo tamanho do poemeto. (Isso deve ser melhor feito pelo autor do poetrix.)

Título em que se permita fazer impropriamente a contagem de suas sílabas poéticas contidas, como acontece em poetrix cujo título pode ser lido conjuntamente com o poemeto como se parte dele fizesse, deve passar pela mesma dificuldade de leitura apontada antes para versos com mais de doze pés métricos: acabam por provocar a impressão auditiva de um título e um verso, pelo menos, o que descaracteriza e/ou deforma a estrutura do poemeto de Goulart quando ouvida a sua leitura ou declamação pela audiência.

Título longo ou demasiadamente alongado deve ser evitado ou, ao menos, buscada a mitigação dessa ocorrência quando da confecção do poetrix.

Pode a descaracterização supracitada ser evidentemente minorada se os poetrixtas evitarem títulos longos, o que não deve demandar grandes esforços para aqueles que compõem bons poetrix, devendo isso servir de incentivo aos poetrixtas para que pratiquem títulos mínimos e bem representativos para seus poemetos.

É sabido que poemetos são normalmente de difícil confecção. Titulá-los de modo adequado conforma-se igualmente como uma grande dificuldade até mesmo por versejadores experientes. Talvez, por isso, alguns vates do MIP optem por escrever títulos extensos para seus poetrix.

À guisa de recomendação, igualmente ao item anterior, instruções devem ser disponibilizadas em página dedicada ao MIP e/ou na Bula poetrix.

Conclusões e recomendações

Depreendem-se do exposto no artigo:

1º – a denominação poetrixta necessita ser rediscutida pelo MIP, estabelecendo-se a quantidade de poemetos de Goulart publicados e os meios a serem usados para isso, de sorte que se possa titular o vate, com fatos e dados, como poetrixta;

2º – verso com mais de 12 sílabas poéticas pode frequentemente deturpar o entendimento do poetrix declamado, sendo ouvido como se fossem dois versos e não um, adulterando o entendimento do poemeto que pode ser erroneamente compreendido tratar-se de uma quadra e não um trístico;

3º – versos de poucas sílabas reafirmam o posicionamento do poetrix dentro da arte literária minimalista;

4º – títulos muito longos devem ser evitados, pois podem causar deformações quando da recitação do poemeto de Goulart por razões semelhantes àquelas sofridas por versos com mais de doze pés métricos, além de se afastar do tamanho mínimo que o minimalismo se nos impõe, conflitando com o mesmo, não se recomendando tal prática na escrita de poetrix; e

5º – as formas múltiplas – duplix, triplix e multiplix – devem obedecer à restrição das trinta sílabas poéticas inerentes à característica definida do terceto titulado chamado poetrix, isto é, máximo de trinta pés métricos para a soma relativa aos três versos; e, quando isso for contrariado, a forma múltipla deve ganhar o prefixo pseudo antes dos nomes convencionados até hoje como duplix, triplix e multiplix: pseudoduplix, pseudotriplix e pseudomultiplix.

Como é sabido dos afeitos à arte minimalista em poetrix, tem-se que a sua evolução está acontecendo graças à interação de poetrixtas em muitos cantos do planeta e, com esse mesmo espírito, alinha-se a presente contribuição.

Salvador, 30/01/2014.

Oswaldo Francisco Martins
Enviado por Oswaldo Francisco Martins em 09/03/2016
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