SOBRE O VENDAVAL DA VIDA INTEIRA, DE LUIZ DE MIRANDA
Luciana Carrero
Tive a grata oportunidade de ler hoje, por uma graça especial do poeta Luiz de Miranda, os originais do seu livro, inédito ainda, “Vendaval da vida Inteira”. Do ponto de vista de qualidade literária, não me surpreende, porque tenho visto que este autor se supera, a cada nova obra.
Luiz de Miranda se me afigura como o herdeiro universal de todas as vozes que a América Latina inspirou, ao longo da sua história. Enovelou-se de tal forma na constante sintomática dos gritos de liberdade nativa que permearam séculos e surge como a estrela descendente mais promissora dos anseios poéticos da humanidade que nos habita, nestas terras. De Uruguaiana a Porto Alegre, seu mais batido chão, para o mundo, assoma como o representante máximo e a explosão de um movimento que se confirma na sua personalidade poética, inflada de universalidade, sem, contudo, perder a universalidade do mundo pequeno de muitas raízes que se encaminham para uma só plataforma, ou seja a da necessidade de cantar tudo que somos, percorremos e sonhamos percorrer. Em suma: contar a perspectiva de um sonho maior, a partir da inteireza individual que é.
Eu sempre tive para mim, por tudo que acompanhei do Luiz de Miranda, o conceito de estar diante de um poeta romântico sem jamais mergulhar em pieguices de intimismo, embora muitas vezes se expressando na primeira pessoa. Porque sua primeira pessoa somos nós, todo o povo americano, que fala pela sua boca, que gravita em torno das artes literárias que ele sabe bem mesclar para dar sentido ao seu vendaval histórico como peça indissociável do pensamento americano. Este é o nosso vendaval, até dos que não sabem dizer como ele, mas que sabem sentir como todos sentem instintivamente.
E vai segurando o estandarte dessa gloriosa missão, que vejo expandir-se como todos os ventos que viajam pelo mundo da comunicação escrita.
Ah! sobre o livro "Vendaval da Vida Inteira", 238 páginas de poesia, não vou falar, para não estragar a surpresa. Mas posso garantir que é uma obra bela e inspirada. Quando sair a edição, então eu comento. (Luciana Carrero, escritora e produtora cultural).