ERA UMA VEZ...
Quando casei, descobri que o meu marido tinha pavor do escuro e das "Almas do outro mundo"!
Eu achava engraçado ele me chamar corajosa, pelo fato de que jamais demonstrei ter medo do breu da noite. Entretanto, ele nunca soube que eu não me dou muito bem com a escuridão total... penumbra até que encaro numa boa!
As "Almas do outro mundo" não me assustam!
Francisco nunca descobriu que o monstro que me causa terror se chama ser humano-vivo!!!
A história é longa e até certo ponto chata, por ser lugar comum na vida de algumas pessoas, especificamente na minha.
Todos que me conhecem sabem da história da menina órfão de pais vivos, que foi internada em um orfanato aos quatro anos de idade e aprendeu a se defender sozinha!
Uma coisa porém marcou essa menina, hoje uma idosa ranheta, chata ao extremo: descobrir que os verdadeiros monstros não são "monstros da noite" e não se escondem no escuro dos armários... não se escondem sob as camas e nem dentro do forno do fogão!!!
Não tem dentes pontiagudos, não usam capas negras... não voam na forma de morcegos.
Seus nomes não são: Matinta Pereira, Saci Perere, Mula sem cabeça, Velho do saco, Conde Drácula ou outros que "conhecemos".
Os verdadeiros monstros vivem sob a luz do sol, das lamparinas, da luz elétrica, tem a face dos santos... vestem o hábito da bondade e usam a máscara da angelitude!!!
Armam o bote e... não há como escapar das suas garras... a menos que você haja nascido para vencer!!!
Eu nasci!!!
Você quer saber da história?
Era uma vez...