OPINIÃO:
Os Poliglotas do Brasil
Os Poliglotas do Brasil
Um artista versado em belas artes e que estaria com o saco cheio da pintura acadêmica resolve, em dado momento, partir para o abstrato, estilizado, etc. Aí, chega alguém, em sua exposição, e diz com o desdém de quem é "Diplomado em Ignorância": "Ah, esses riscos e borrões até eu faria!". Acontece que se esse pintor, caso lhe fosse exigido, pintaria um "realismo" com a maior facilidade. Pois, estudara isso!
O mesmo não acontece com muitos "assassinos" da língua portuguesa que classificam seus erros gramaticais, como "linguagem coloquial". Tudo bem, ela existe. Porém, quem toma o erro gramatical como regra demonstra que é mesmo um analfabeto funcional ou nem isso. Se precisar escrever ou falar corretamente, quase certo é que não saberia.
Entretanto, penso que o uso moderado desse estilo de comunicação (linguagem coloquial) seria privilégio daqueles que sabem o português culto e formal e que carrega consigo a rigidez das normas gramaticais, utilizado principalmente em textos, redações, concursos públicos e para exercer profissões que o exigem, tais como no Direito, Letras, História, Docência, etc.
Isto posto, este ensaio sugere aos nobres e esforçados pais, que antes de matricular seus filhos em um curso de inglês, francês ou coisa que o valha, ser prudente assegurar-lhes um curso rígido de português. Com esta atitude penso que, além de preparar-lhes para a vida, seguramente os capacitaria a aprender outros idiomas estrangeiros, com mais facilidade.
Ponho um exemplo apenas: - certa vez fui fazer um curso de inglês e tive a infelicidade de constatar que a maior dificuldade dos colegas de aula ficava mesmo por conta do nosso português. O professor ensinava o particípio passado dos verbos, em inglês (past participle), quando a maioria perguntou - "o que significa mesmo esse tal de particípio passado, professor?" E o professor de inglês, com a paciência que lhe era peculiar, iniciou uma longa aula de português. Haja saco!