OS PAIS DA MÚSICA BRASILEIRA
CARLOS GOMES 1836 - 1896
Antonio Carlos Gomes nasceu em Campinas, São Paulo, a 11 de julho de 1836. Seu pai, fez os 8 filhos estudarem música.
Aos 8 anos, Carlos Gomes perdeu a mãe.
De temperamento arrebatado e ao extremo nervosismo das mãos, não era bom pianista, mas tinha belíssima voz de soprano que mais tarde se transformou em tenor. Compunha músicas sacras, românticas e fantasias.
Aos 18 anos, compôs sua primeira missa (1854).
com o irmão José Pedro, passava temporadas em São Paulo. Numa dessas, foi aplaudido pelos acadêmicos que foram agraciados com o "Hino Acadêmico", composto em pouco tempo por Carlos Gomes.
Acometido de febre amarela, salvou-se.
Em 1860 duas cantatas de Carlos Gomes foram executadas no Rio de Janeiro. A 4 de setembro de 1861 representou no Teatro Lírico Fluminense sua primeira ópera: "A Noite do Castelo", com libreto de Fernandes dos Reis; emocionou-se ao ver, na primeira fila, seu pai, que de surpresa, viera de Campinas para ouvi-lo. Joana de Flandres (1863), com libreto de Salvador de Mendonça, também foi representada naquele teatro.
Agraciado pelo imperador com o título de cavaleiro da Ordem da Rosa, pediu ao soberano que nomeasse seu pai, mestre da Escola Imperial.
Para Ambrosina Correia Lago, sua amada, escreveu a célebre modinha "Quem sabe?..."
Agraciado com uma bolsa do conservatório, viajou a 8 de dezembro de 1863 para Portugal, de lá foi para a França; e em 1864 foi para Milão, estudar com o maestro Lauro Rossi.
Em 1866 obteve o título de Maestro Compositor.
Carlos Gomes queria compor uma ópera inspirada em tema brasileiro. Certa tarde, um livreiro italiano lhe ofereceu o romance, "Il Guarani" - Romanzo Braziliano - José de Alencar. Inspirado nesse romance, compôs a Ópera "Il Guarani - O Guarani", com libreto de Antonio Scalvini, cuja estréia aconteceu no Teatro Scala de Milão a 19 de março de 1870. Deu-se aí a sua consagração mundial.
Sua volta ao Brasil foi triunfal, calorosamente recebido na estréia de "O Guarani", no Teatro Lírico Fluminense, no Rio de Janeiro. Em 1895 Carlos Gomes dirigiu Il guarany no Teatro São Carlos, de Lisboa, quando foi condecorado pelo rei Carlos I.
Ainda em 1895 veio ao Pará, já doente, para ocupar a diretoria do Conservatório de Música de Belém, cargo criado pelo governador Lauro Sodré para ajudá-lo na velhice.
Foi desprezado pelos modernistas de 1922.
Em 1993 sua ópera O Guarany, quase esquecida, foi montada por Werner Herzog, na Ópera de Bonn, estrelada pelo tenor Plácido Domingo.
Carlos Gomes morreu em Belém, em 16 de setembro de 1896, vivendo os últimos dias totalmente esquecido da corte artística brasileira, que habitava o eixo Rio - São Paulo.
HEITOR VILLA LOBOS - 1887 - 1959
VILLA LOBOS - HEITOR - Violoncelista, compositor, regente, diretor de orquestra e professor, nasceu no Rio de Janeiro a 5 de março de 1887.
Fez sua formação musical com seu pai, Raul Villa Lobos. Além de Breno Niendemberg, Agnelo França e Francisco Braga.
Tocou nos conjuntos musicais de confeitarias, bares e cinemas.
Estudou humanidades no Mosteiro de São Bento, no Rio e foi violoncelista na orquestra de revista do Maestro Figueiras.
Em 1907 ingressou na Escola Nacional de Música onde estudou harmonia. Daí em diante passou a ser autodidata.
Em 1907 foi ao Nordeste e encantou-se com a brasilidade da música nordestina; em 1911 volta ao Nordeste para pesquisar o seu cancioneiro popular. Por anos, dirigiu o canto orfeônico nas escolas do Rio de Janeiro.
Em 1922 participou da Semana de Arte Moderna em São Paulo.
De 1922 a 1929 residiu na Europa, em Paris e passou a dirigir grandes orquestras em todo o mundo.
Ele possíbilitou a compreensão da música brasileira na complexidade da sua técnica e aspectos culturais nacionais; sua obra retrata com maestria, a música brasileira.
O ano de 1957 foi dedicado ao grande músico brasileiro, pelo Ministério da Educação, com a instituição do Ano Villa Lobos, em comemoração aos seus 70 anos de vida. Villa Lobos faleceu no Rio de janeiro, às 16 horas de 17 de novembro de 1959, aos 72 anos.
Obra: Peças para piano solo: Prole do Bebê, Ciclo Brasileiro, Rude Poema, Alma Brasileira, Saudades das Selvas Brasileiras.Para piano e orquestra: Momo Precoce, Poema de Itabira, Choros 6, 8, 9, 10 e 12. Suite do Descobrimento do Brasil e os bailados Uirapuru e Amazonas, com quartetos, coro feminino, Sonatas, Duos, 17 Quartetos, Sextetos e outros. Óperas Izaht, Jesus, Malasartes, Madalena, Yerma e Menina das Nuvens.
CHIQUINHA GONZAGA
No Brasil Império, o maior expoente da nossa música popular, sem dúvidas foi Chiquinha Gonzaga, pianista, intérprete e compositora que ficou famosa, numa época em que tudo era acústico, na era do gramofone.
Era cantora e compositora de chorinhos que faziam muito sucesso à sua época
Chiquinha Gonzaga, além de ser uma grande artista, tinha grandes amizades, inclusive no meio palaciano, o que tornou a sua vida um verdadeiro romance, recentemente encenado como mini-série e levado ao ar pela Rede Globo, com grande sucesso.
Com o advento do Rádio, a MPB passou a ser divulgada nacionalmente, revelando nomes importantes, a exemplo de Dorival Caymmi, Carmen Miranda, Orlando Silva, Carlos Galhardo, Vicente Celestino, Francisco Alves, Sylvio Caldas, Nelson Gonçalves, Adelino Moreira, Dalva de Oliveira, Emilinha Borba, Marlene, Elizete Cardoso, Noel Rosa, Lupicínio Rodrigues, Ataulfo Alves, Luiz Gonzaga, Luiz Vieira, Carlos Galhardo, Jacó do Bandolin, Evaldo Gouveia e Jair Amorim (parceiros), Ary Barroso, Humberto Porto, Assis Valente, Cartola, Jamelão, Adelaide Chioso, Linda Batista, Carlos Nobre, Cauby Peixoto, Agnaldo Timóteo, Miltinho, Silvinho, Altemar Dutra, Agostinho dos Santos, Alcides Gerardi, Francisco Petrônio, Francisco José, Geraldo Vandré, Chico Buarque de Holanda, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Edu Lobo, Marcos e Paulo Sérgio Valle, João do Valle, Zé Geraldo e tantos outros.