CIDADÃO - I
Enquanto não mudar a concepção de cidadão pela via da educação, da civilidade, e mesmo da moralidade - não aquela maniqueísta pseuda-religiosa - o resultados das mudanças e suas prováveis melhorias serão sempre acanhados. O donativismo exarcebado, a medicância inconsistente, a malversação, o total desrespeito pela cidadania, a violação inconteste de civismo, a deturpação do conceito de direito -onde alguns lutam por benesses que depõem contra a melhoria do estado das coisas de hoje - exemplo essa previdência - o descalabro monetário, e tantos outros males, apenas e levianamente açodados por eternos sofismas, essa cultura de achar que o governo é pai, patrão e banco de plantão e a própria sanha do governo em cultuar impostos a torto e direito. Mais que mudança política é preciso mudança de cultura, onde a valorização do indivíduo tem que caminhar de mãos dadas com o do coletivo. Hoje só é coletivo as desgraças e tudo aquilo que se paga. A grande maioria às vezes fica só com as desgraças. E alguns indivíduos com as benesses. Político não precisa ganhar tanto dinheiro assim.
Se for de direito paridade na aposentadoria para alguns, tem que ser para todos. Se não podem atender a todos, também não deve ter para poucos privilegiados. Está na hora de parar com esse negócio de só reclamar e reclamar e reclamar.
Todo mundo reclama, mas tirar as partes do assento e fazer alguma coisa para facilitar as mudanças necessárias, poucos estão fazendo. Sempre esperam a ação de alguns intrépidos como o Betinho para seguir uma atitude. Seguir uma atitude é sempre muito mais cômodo do que ter que tomar uma atitude, colocar as faces à vista para receber sejam as bênçãos ou os tomates. O desprendimento é um passo que precisamos tomar. Esse mundo é uma roda. Enquanto cada um vai olhando para o próprio ninho, alguém está sem trabalho.
Uma idéia, um gesto, um recolher de entulhos, uma demão de tinta, um conserto, um jornal que se compra, tem-se aí uma infinidade de coisas a se fazer, podem muito bem representar mais dignidade para aquele que está precisando de trabalho, de um pequeno rendimento, sem ter que cair na marginalidade. Nós temos que ter uma postura moral que privilegie a decência e incentivar e corroborar para que as mudanças necessárias sejam feitas.
Reclamar é muito fácil.
Peixão89
(16/12/2003 18:21:26)