Projeto Quelônios de Pracuúba

Pracuúba é um município do Estado do Amapá, situado a 280 Km da capital Macapá, que se tornou conhecido por suas inúmeras qualidades admiráveis.

Pracuúba é sem dúvidas um dos lugares mais encantadores do Estado do Amapá, com suas paisagens lindas, rios, igarapés e lagos de águas coloridas, florestas densas e de várzeas cheias de árvores frondosas, fauna exuberante e uma população cativante e alegre.

Outra grande marca desse local maravilhoso é o trabalho que vem sendo desenvolvido há 35 anos pelo ambientalista do IBAMA, Eng. Rubens da Rocha Portal – idealizador do “Projeto Quelônios de Pracuúba” que surgiu com objetivo de preservar as populações de tracajás (Podocnemis unifilis), repondo o estoque natural e mantendo o equilíbrio ambiental dessa espécie.

Além do IBAMA, esse Projeto conta com parceria da Prefeitura Municipal de Pracuúba, Secretaria Estadual de Meio Ambiente (SEMA), Instituto de Desenvolvimento Rural do Amapá (RURAP), e ativa participação de estudantes, professores, turistas, pescadores e comunitários que auxiliam e se envolvem em diversas etapas.

Em 1979, uma equipe de técnicos percorreu toda a região de Pracuúba de voadeira pelos rios Flexal, Breu, Itaubal, Falsino, Macarri, Mutum e os igarapés Cujubim, Henrique, Sacaisal e Maringá, além de fazer o reconhecimento de inúmeros lagos. Nesse trabalho foram identificando os sítios de desova dos tracajás e visitando diversas comunidades para conversar com seus moradores, confirmando o uso e consumo desses animais. Desse levantamento foi elaborado um Relatório Técnico informando a real situação das espécies e propondo medidas para controle. A socialização do referido documento junto às comunidades propiciou a motivação para proteção das tracajás.

Em 1980, iniciaram as ações do Projeto Quelônios de Pracuúba, que se dividem em: (1) trabalhos de fiscalização, (2) translocação de ovos, (3) monitoramento das etapas de incubação e eclosão, e (4) manejo e devolução dos filhotes à natureza. Paralelo a essas atividades foi incorporada a Educação Ambiental em diversos eventos nas escolas e em órgãos públicos.

Nessa região, as fêmeas de tracajá (Podocnemis unifilis) desovam entre os meses de julho a novembro. Os colaboradores do Projeto visitam diariamente os sítios de desova e recolhem os ovos, que são levados para incubadoras onde ficam de 50 a 80 dias até a eclosão. Quando nascem, os filhotes são levados para um berçário onde são cuidados por mais 30 a 120 dias, até que o casco fique rígido e percam o “pitiú” (que é o cheiro forte característico dos recém-nascidos). Esse tempo nos berçários também serve para aguardar o enchimento dos lagos, com aumento de oferta de alimentos e dispersão dos predadores aquáticos, o que contribui significativamente com o grau de sobrevivência.

O trabalho de soltura dos filhotes ocorre sempre em clima de muita alegria, pois é o momento em que todos os envolvidos podem ver o fruto dos esforços de conservação desses animais. É realmente uma etapa maravilhosa que serve como prestação de contas às comunidades dos resultados alcançados.

De 1980 até 2015, o Projeto Quelônios de Pracuúba contabiliza a proteção de mais de 420 mil filhotes de tracajá que foram devolvidos aos rios, lagos e igarapés, o que demonstra o grande sucesso dessa importante iniciativa.

Nesses 35 anos de existência, o Projeto Quelônios de Pracuúba se tornou a maior referência no envolvimento de comunidades ribeirinhas e poder público na conservação dos recursos naturais do Amapá, o que se deve em grande medida a intensa dedicação e amor dos ambientalistas Rubens da Rocha Portal, Lia Soares Bezerra, Raimundo da Silva Chucre e demais membros de sua equipe!!!

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Palmas - TO, Dezembro de 2015.

Giovanni Salera Júnior

E-mail: salerajunior@yahoo.com.br

Curriculum Vitae: http://lattes.cnpq.br/9410800331827187

Maiores informações em: http://recantodasletras.com.br/autores/salerajunior

Giovanni Salera Júnior
Enviado por Giovanni Salera Júnior em 22/12/2015
Reeditado em 21/01/2016
Código do texto: T5488169
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