Desastre para um escritor
Escrevi esse texto a praticamente 1 mês atrás, e só hoje consegui publicá-lo.
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São 1:16 da madrugada, e eu não estou bêbado. Isso é um desastre para um escritor, mas é exatamente isso que estou passando agora.
Tenho um filho pequeno, mulher, uma casa, e responsabilidades, logo, a maior parte da minha vida é monótona e chata, e isso é o oposto daquilo que um escritor deve ter. Mas foi isso que optei por fazer após a gravidez acidental da minha namorada. Ao contrário do que Bukowski fez, pois ele renegou uma vida normal, para poder viver a vida de escritor, que necessita de imprevisibilidade, muito álcool, e sobretudo, uma vida nada monótona.
Isso é uma coisa que dói em mim de tempos em tempos, lembrar que eu poderia estar escrevendo grandes textos, vivendo uma vida desgarrada, conversando e convivendo com as pessoas e as situações mais absurdas, mas o que eu vivi hoje por exemplo foram breves diálogos com um atendente do INSS, um corretor de imóveis, e um pedreiro frustrado. Todos eles, talvez com exceção do pedreiro, eram pessoas extremamente previsíveis em sua maneira de agir, e que dificilmente resolvem seus problemas.
Também assisti a final da copa do Brasil, e contra a maior probabilidade, o grande favorito Santos perdeu do Palmeiras. Isso foi a grande surpresa do dia. O placar do tempo regular ficou em 2x1 pro Palmeiras, e foi resolvido o jogo nos pênaltis, pela primeira vez na Copa do Brasil, desde o seu início em 1989, e quem ganhou aquela vez foi o Grêmio. O legal foi que apostei que esse jogo teria 2 gols ou mais, então ganhei a aposta.