“VOCÊ PODE TUDO!”
Entre os anos 60 e 70, surgiu um movimento de contracultura chamado Nova Era – ou New Age. Se há uma coisa que eu adoro a respeito deste movimento, é a música; Yani, Enya, os Beatles John Lennon e George Harrison, Corciolli... música suave, que a gente escuta de olhos fechados ou então sentados em um jardim, sentindo cada instrumento, cada acorde.
A filosofia da Nova Era prega, entre outras coisas, a conexão entre cada ser no planeta – seja planta, animal ou humano – com uma Força Criadora Superior e também uns com os outros. Também acho bonita esta filosofia, e acredito em uma mesma origem para todos nós.
Quem quiser saber mais a respeito deste movimento, encontrará um mundo vasto de informações no Google.
Juntamente com a Nova Era, surgiram também os livros de autoajuda – muitos dos quais são realmente bons, e valem a pena ser lidos. Mas a grande maioria de livros de autoajuda ruins incutiu nas pessoas o preconceito de que todo livro de autoajuda é ruim. Estes livros são justamente aqueles que pregam a seguinte ideia: “Você pode tudo! Basta desejar com força, imaginar, acreditar, e tudo será possível!” Não deixo de admitir que imaginar e acreditar são coisas fundamentais quando se quer atingir um objetivo; porém, nem todos os objetivos são atingíveis! E isto causa uma grande frustação, um sentimento de inadequação e incapacidade naqueles que tentam e falham. Porque ninguém pode tudo. A realidade é bem diferente. É muito fácil ser otimista quando tudo está dando certo. E, após ler um destes livros que afirmam que você pode tudo, e que se não conseguiu atingir seu objetivo até agora, é porque não está ‘imaginando’ o suficiente, ou pior – que você tem algum carma pesado para pagar que o está impedindo, surgem a culpa e a frustração.
É como aqueles religiosos radicais que vivem dizendo coisas como “A cada um conforme as suas obras,” ou “Tudo de ruim que lhe acontece é resultado do mal que você praticou em vidas passadas, é um carma que você precisa pagar, portanto, merece sofrer.” E dizem isso sem pestanejar a pessoas que, por exemplo, estão passando por algum tipo de perda ou doença grave; isto é caridade? Para mim, soa como maldade, crueldade e orgulho espiritual.
Acho que está na hora de colocarmos os pés no chão em relação aos nossos sonhos ( e também à nossa realidade), e vermos que nem todo sonho pode ser realizado. Mas quem sabe, podemos ficar bem pertinho deles? Por isso, eu escrevo. Nem todo sonho é possível, mas é possível que sonhemos sonhos possíveis, e os realizemos.
Talvez, o seu grande sonho seja fazer parte de uma banda de rock famosa, o que é pouco viável que aconteça se você já está tentando há muito tempo e não consegue, mas a música pode ser um hobby. Não tornar-se um cantor famoso não significa, necessariamente, que você tenha que abandonar a música. Sempre haverá uma oportunidade de tocar seu instrumento, divertir-se com amigos, fazer o seu showzinho! Este é o seu sonho possível.