O PASSO E O TEMPO
O passo da onça
Nas furnas do tempo
A revoada de pombas
Que afugenta a manhã
O dia que amanhece
Sem oxigênio
O sol que já não pode
Amadurecer a maçã.
Manchados de sangue
As trilhas e os matos
E o fogo lambendo
O chão e o espaço
A água escassa
Conduzida no braço
Em guerra declarada
Os soldados de aço.
E o homem achando
Ter mente de gênio
Qual anjo enganado
Beijando satã
Que formas estranhas
Desenhos inatos
Os olhos da onça
Estão nos retratos.
Fumaça e fogo
Fogo e fumaça
Mortalhas estranhas
Revestem os astros
Mas os olhos da onça
Estão nos retratos.