Que é o discursar?

Exclamar;

Interrogar;

Afirmar;

Retrucar;

Negar;

Aquiescer;

Arguir;

Gestuar;

Determinar;

Negar.

Este é o núcleo de uma atividade humana realmente complexa. Talvez a mais importante, porque forma o que denominamos comunicação. É a arte de exteriorizar o pensamento. A que dá forma ao pensar. Que aproxima as pessoas.

Se se observar direitinho, uma exclamação é quase uma interrogação. Em “Foi mesmo! (?)”, por exemplo. E exclamações espirituosas fascinam as pessoas, como diria Voltaire.

Em o "Discurso do Método", Descartes, o discursar foi levado ao extremo. Cada vez mais abstrato, só faltou desaparecer fisicamente! Mas não é preciso sempre ir tão longe assim. Quando você encontra alguém, tenha em mente, à lá Paulo Coelho, que é uma oportunidade única de trocar ideias, de conhecer a pessoa, de discursar.

Os apetrechos estão à mão; ou melhor, à boca: as línguas. Em inglês facilita, pois é a mais apreciada e falada, não por beleza, como diria Olavo Bilac, mas por poderes econômicos mesmo. Na verdade a acho feia e temerosa, por suas imprecisões.

Mudam, e muito, (Não só quando estamos embaraçados), mas também porque as sociedades que as usam evoluem; ou involuem... Discursar bem e nas horas certas, levam a pessoa a notáveis posições ou podem chocar e mudar o mundo para sempre.

O discurso nos caracteriza, e também pode nos destruir, dado o famoso adágio popular "a primeira impressão é a que fica". Mas é preciso ir longe neste campo para não nos trumbicarmos (Chacrinha). Não é necessário só ler gramáticas, é preciso também o usar, em todas as formas; também vertendo para outros idiomas, para o seu engradecimento.

O discurso nos faz racionais; ou "i". Em debates acalorados na TV, por exemplo, num debate político, pode nos ajudar a galgar as alturas. Pode também facilmente nos ludibriar. Ler um bom livro de oratória faz bem, nesses campos, mas discursar em vão, prolífico, é realmente entediante. Um bom método de oratória é apanágio dos grandes espíritos, como na Roma antiga, quando os oradores buscavam os lugares mais altos para aparecer. É certo que foram advertidos pelo Cristo, mas, acho, que algo de bom deixaram.

Discursar em vão para uma criança birrenta é realmente chato. Mas, convenhamos, as estruturas psíquicas delas ainda estão em formação. A Sociologia diz que respondemos não ao que foi dito, mas ao significado. Portanto, a madurez enriquece a forma de reagir (Não a um assalto, que é morte quase certa); Claro que também não violentamente. Aprimoremos nossos discursos!