Novos temores de uma grande guerra
Feliz aquele que lê as palavras desta profecia e felizes aqueles que ouvem e guardam o que nela está escrito, porque o tempo está próximo.
Foi no ano de 2008 que pressenti a iminência de uma grande guerra. A crise econômica assolava o ocidente e, obviamente, não iria passar como as outras, perduraria. Anos depois, uma nova crise se abateria sobre a primeira sem que nada tivesse sido resolvido, acontecerá.
A causa imediata da crise no ocidente é o crescimento econômico do oriente, especialmente da China. O sistema cruel e competitivo engendrado aqui tem como consequência natural a exclusão. Os Estados Unidos têm maquiado os sintomas da crise aos custos de uma dívida trilhonária incontrolável; ela estourará como uma imensa bolha.
Outros fatores além da perpetuação da crise econômica desembocarão em um conflito ocidente x oriente. A China assumirá, em breve, a hegemonia econômica do mundo. De fato, a China já é a maior economia do planeta, a que produz mais, embora seus produtos sejam subvalorizados, cotados a um valor menor que os mesmos produtos nos EUA. Por essa razão o PIB americano ainda é o maior de todos, embora já tenha sido superado pelo GDP-PPP chinês, o PIB corrigido.
Ao contrário do que as notícias dos jornais e TVs nos induzem a pensar, o crescimento econômico chinês continua sendo o maior do planeta, enquanto a economia americana permanece em crise, crescendo apenas na medida de uma dívida exorbitante. Confira esses dados.
Os americanos dominam o mundo há pelo menos 70 anos, estão acostumados a mandar, nunca foram contrariados. Os novos ricos quererão impor seu poder, haverá forte atrito.
O dólar está prestes a ruir, desabará. A dívida americana supera os US$ 17 trilhões. 17 TRILHÕES! Existem outras dívidas por lá, na faixa das centenas de trilhões de dólares. Ninguém tem a intenção de pagar essas dívidas atribuídas aos que seguram o porrete; não serão pagas. O calote será dessa ordem.
A ruína do dólar será a salvação de muitos, embolsarão o que sobrar dos trilhões. Também será a morte da galinha dos ovos de ouro. A ruína do dólar implicará a substituição da moeda de reserva internacional, fonte de lucros trilhonária. Secará.
O mundo mudará de mãos.
Os novos donos do mundo quererão mudar as regras do jogo. Tentarão impor novos árbitros, novas regras que lhes favoreçam. Isso desagradará aos poderosos de agora, os que desenharam as regras atuais e sempre mandaram.
Os americanos gastam mais dinheiro em armamentos que todos os outros povos somados. Têm passado mais de 90% do tempo em meio a guerras. Encontram-se sempre atacando alguém, param para respirar e mirar em outro alvo, e então atacam novamente, tem sido assim.
Uma parte considerável da economia americana gira em torno de guerras e armamentos; sem guerras, esse ramo econômico imenso e poderoso fica estagnado. Por essa razão, uma guerra se sucede a outra. A economia americana necessita de guerras sucessivas; eles não se perguntam se haverá uma próxima guerra, perguntam qual será o próximo alvo.
Mas guerras custam caro, geram dívidas. Uma nova guerra apressará a ruína do dólar, e a derrocada do ocidente. Resta uma opção: atacar a China.
A destruição da China por meio de um ataque nuclear intenso e radical resolveria todos os problemas: alimentaria a indústria bélica, eliminaria o concorrente econômico e manteria a ordem atual, com o dólar dominando todo o comércio mundial. A China pagaria a conta.
Com esse intuito, os americanos aboliram a exigência de aprovação da guerra por parte do congresso, possibilitando, assim, a execução de um ataque surpresa ordenado pelo presidente.
Os americanos plantaram bases militares em todo o planeta. Têm fechado o cerco em torno de Rússia e China; a recente e arriscada tomada da Ucrânia fez parte disso.
Os chineses se defenderam construindo ilhas artificiais no mar da China, zona espinhosa; provocações americanas têm sido constantes no local.
Não leio jornais há décadas, mas, recentemente, li matéria n“O globo” que me preocupou e me reacendeu os temores de guerra. A notícia relatava a reação chinesa à passagem de um navio de guerra americano pelo local. Meu alarme decorreu da maneira como a notícia foi veiculada aqui, como se a construção das ilhas no Mar da China pelos chineses constituísse grande provocação, capaz de justificar a construção de inúmeras bases americanas em torno da China.
O jornal brasileiro instava-nos a encarar o evento como uma provocação chinesa. Fomos doutrinados a considerar normal e aceitável o enclave de uma base de guerra americana onde quer que lhes apeteça. Qualquer outra atitude bélica, de qualquer outro país, é vista como ofensiva. A construção de bases chinesas em torno do próprio país é considerara uma ofensa, bases americanas encravadas por lá são justificadas por nossos meios de comunicação. Não pedirei que o leitor imagine algo recíproco, como um anel de bases militares sino-russas em torno da América do Norte.
O resultado é contundente: qualquer incidente no local será visto por nós como uma provocação chinesa, mesmo que o atrito decorra de uma claríssima provocação americana, do mesmo tipo que é feito costumeiramente por todo o mundo, no Brasil, por exemplo, com a invasão de céus e águas brasileiras por aviões e navios americanos, como meras provocações e manifestações de poder. Mesmo em um caso assim, explícito, de provocação americana, a opinião pública brasileira será jogada contra os chineses, já pintados como bandidos, ou inimigos.
São os preparativos para a grande guerra. O período provável é 2017, já sob o comando do futuro presidente americano.
Semana passada o senado brasileiro votou, em regime de urgência, uma estranha lei antiterror. O que poderia justificar a urgência de uma lei desnecessária em um país onde não há terrorismo e no qual outras leis já cumprem a contento o papel que essa pretende assumir? A urgência foi justificada por pressões externas; as mesmas, certamente, que induziram chilenos a aprovar lei similar, com o intuito real e dissimulado, de ambas, de cercear manifestações populares. Será necessário, no mundo inteiro, controlar populações, impedir manifestações, coibir mobilizações incipientes. É esse o intuito de nossa lei antiterror, o que aterroriza os poderosos somos nós, os povos. Seremos atiçados uns contra outros, jogados em uma guerra suicida que eliminará bilhões e envenenará o nosso mundo.
Os meios de comunicação já pintaram o cenário, definindo mocinhos e bandidos, a torcida está a postos. Ouviremos só um dos lados. Os estados se aparelham para calar vozes dissidentes e impedir mobilizações populares. Seremos espicaçados contra chineses malvados que ousarem qualquer resistência ao poder estabelecido. Repetiremos os clamores ouvidos na TV contra um país distante e estranho que desconhecemos; qualquer acusação contra eles será endossada com indignação pelas massas já doutrinadas. E então ocorrerá o ataque brutal. E bilhões de pessoas morrerão sob os escombros da primeira onda, do primeiro ataque. Tentarão evitar a retaliação, quase certamente, imediata. Baixada a poeira do primeiro ataque, estimado o número de mortes, reinará a perplexidade geral, o arrependimento e a insegurança nos remanescentes. Quantos terão sobrado?
Na primeira guerra mundial, 10% das vítimas foram civis. Na segunda, 50%. Na guerra do Iraque 90% dos mortos eram civis; foi abolido o conceito: não existem mais civis. Quantos sobrarão?
Talvez sobrem 10%, vivendo em um mundo destroçado, em meio a escombros de antigas construções, em um mundo seco, quente, árido e contaminado por radiação. Ou reinará a escuridão de um inverno nuclear prenunciando a aridez de um verão infernal subsequente e eterno. E talvez reste aos sobreviventes viver em redomas, ou buracos. Mas o mundo nunca mais será o mesmo.
E por isso é preciso que profetizemos novamente acerca de muitos povos e nações, para que não nos matemos uns aos outros guiados por ódios cegos e despropositados. Abramos os nossos olhos e não nos deixemos levar pelo discurso de ódio que logo se fará ouvir. O inimigo contra o qual seremos instigados será a nossa imagem do outro lado do espelho. Seremos incitados contra nós mesmos. Devemos nos conscientizar do perigo antes que ele se imponha.
*O projeto de lei antiterror em curso no congresso é um preparativo para tudo isso.