NO MARAVILHOSO REINO ENCANTADO DA TERRA BRASILIS
Ligo a TV e eis que o repórter de um noticiário qualquer começa a falar sobre a ocorrência de um crime cujo plano partiu de dentro de um presídio, de repente ouço a célebre frase: _O mentor do referido crime pertence a “uma facção criminosa” que age dentro e fora dos presídios do estado de São Paulo.
Então me recordo do livro do adorável bruxinho Harry Potter quando os “trouxas” se referem a Voldemort dizendo: “Aquele que não deve ser nomeado...” ou “Você sabe quem...”
Eu solto gargalhadas com essa comédia, com essa situação paradoxalmente trágica e cômica, essa verdadeira piada que se tornou nossa mídia e nosso sistema geral...
Procurei me informar a respeito dessa maneira tão “sutil” com que a mídia trata esse assunto e recebi como resposta que, se disserem o nome da tal facção criminosa isso irá denegrir e desmoralizar a imagem do sistema, do governo e das polícias e por isso a mídia recebe recomendações para não publicar as reportagens se referindo à dita facção criminosa dizendo seu verdadeiro nome que é P.C.C. (ou 1533) que significa Primeiro Comando da Capital, pois, segundo o alto escalão do governo (ou prefiro dizer “desgoverno”) a tal da facção criminosa não existe. E é justamente aí que reside a parte cômica da situação... pois, como pessoas que se dizem tão “poderosas” (governo e suas esferas) podem sentir tanto pavor do nome de algo que segundo eles próprios não existe?
Assim sendo, é fácil chegar à conclusão de que os “contos de fadas” e as “estorinhas de faz-de-contas” são reais e as histórias reais não passam de mitos e lendas.
E tudo isso para salvar o ego de pessoas ditas “de bem” (eu prefiro dizer “de bens”) da vergonha de sua própria incompetência e despreparo total para governar e legislar. Pois governar e legislar de verdade implica em visar o bem e a dignidade das verdadeiras pessoas honestas, das verdadeiras pessoas de bem, em detrimento dos interesses e razões pessoais, coisa que os almofadinhas que tomam conta do poder público de um modo geral jamais serão capazes de fazer.
Roberto Carlos Braz do Nascimento
(Roberto Braza)
25/10/2015