A beleza da troca voluntária
Das coisas belas que existem nas relações humanas, a troca voluntária é a que eu vejo maior perfeição.
Antes de explanar sobre isso, é necessário explicar-vos o conceito de valor subjetivo. A Teoria do Valor Subjetivo, grande contribuição da Escola Austríaca, diz basicamente que o valor que as coisas têm advém da nossa impressão sobre elas. Em outras palavras, nós é que determinamos quanto valor alguma coisa possui. Por exemplo, o que vale mais, uma caneta ou um lápis? Imagino que as opiniões ficariam divididas, uns diriam o lápis; outros, a caneta. Isso apenas mostra que a subjetividade que há em cada um influencia no quanto valorizamos as coisas ao nosso redor. E, afinal, vale mais o lápis ou a caneta? A resposta para essa pergunta é que não há resposta. Como bem diz a teoria, cada um vai atribuir, subjetivamente, valor ao lápis e à caneta.
Imaginemos agora que eu tenha um lápis e você tenha uma caneta. Entretanto, por alguma razão, eu acabo precisando de uma caneta e você, de um lápis. Então, para suprirmos essa necessidade, resolvemos trocar estes nossos instrumentos de escrita.
Analisando essa troca, chegamos a uma conclusão da qual eu considero maravilhosa. Perceba que, para que haja a troca, é necessário um desequilíbrio de valor subjetivo no consentimento mútuo que ocorre antes da troca (consentimento esse que dá o caráter de voluntária, porque foi fruto de um acordo de ambas as partes). Esse desequilíbrio se dá no fato de que eu dou tanto valor à sua caneta, utilizando o exemplo acima, ao ponto de oferecer o meu lápis por ela, o qual você considera mais valioso do que a sua caneta, por isso troca-a por ele, pois mais valora-o subjetivamente.