Árvore da Lua do IBAMA

A Árvore da Lua do IBAMA trata-se de um raríssimo exemplar de uma árvore nativa dos Estados Unidos (onde é chamada de Sweet Gum), que foi doada ao Brasil em 14 de dezembro de 1980.

A história dessa planta é realmente interessante. Em 31 de janeiro de 1971, a Agência Espacial Norte Americana (NASA), realizou a missão Apollo 14, enviando três astronautas à Lua. Cinco dias depois do lançamento do foguete espacial, os astronautas Alan Shepard e Edgar Mitchell andaram na Lua, enquanto Stuart Roosa orbitava acima no módulo de comando, acompanhando as atividades de seus colegas e realizando experimentos científicos.

Eles levaram 500 sementes de cinco espécies para estudarem os efeitos da baixa gravidade e alta radiação na germinação das plantas. Essa pesquisa era parte de um projeto conjunto da NASA com o Serviço Florestal Americano (USFS), que escolheu Stuart Roosa para executar esses experimentos justamente por ele ter sido, no início de sua carreira, um protetor das florestas.

Nos anos 1950, Stuart Rosa trabalhou no Serviço Florestal como combatente de incêndios florestais, mas não era qualquer tipo de combatente, pois ele compunha a valorosa equipe de Bombeiros-paraquedistas (smokejumper). Um grupo super-treinado de Brigadistas que descia de pára-quedas nos lugares mais isolados (em picos de montanhas ou no meio das matas), para combater as queimadas nos seus estágios iniciais, antes que se tornassem incêndios de grandes proporções.

Surpreendentemente, quase todas as sementes que trouxeram de volta do espaço germinaram com sucesso. Nos anos seguintes, o Serviço Florestal distribuiu cerca de 450 mudas, que foram plantadas na Casa Branca (residência oficial do Presidente), em pátios de Universidades, praças e jardins de diversas cidades americanas. Algumas mudas foram plantadas em outros países, como: Suíça, Japão e Brasil.

O Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal – IBDF era o órgão federal que realizava as mesmas funções do Serviço Florestal Americano, inclusive tinham parcerias em vários projetos.

Assim, em 14 de dezembro de 1980, aconteceu uma bela cerimônia na sede do IBDF em Brasília, com o plantio da Árvore da Lua.

O Engenheiro Florestal Thomas Charles Nelson, como representante do Serviço Florestal dos Estados Unidos; Stanley Brown, representante do setor agrícola da embaixada dos EUA no Brasil; e Joaquim Falco Uriate Netto, Secretário-Geral do IBDF, conduziram a cerimônia de plantio.

A espécie plantada em Brasília é conhecida cientificamente como "Liquidambar styraciflua", árvore nativa do sul dos Estados Unidos (onde é chamada de Sweet Gum) que pode viver cerca de 100 anos.

A Árvore da Lua se somou a outra célebre representante da flora – A Copaíba do Presidente Figueiredo – que fica a poucos metros dali, e fora declarada Imune de Corte pelo excelentíssimo Presidente da República, em comemoração ao Dia da Árvore - 21 de setembro de 1979.

O Presidente do IBDF, Eng. Mauro Silva Reis, gostava de chamar seus convidados para saírem à sacada de seu gabinete no Bloco A, para contemplarem juntos essas duas árvores especiais. Ele mostrava com orgulho a Copaíba do Presidente Figueiredo e a Árvore da Lua, como símbolos da pujança e valor do Instituto na sua missão de conduzir a política florestal e de proteção dos recursos naturais do Brasil.

Em 22 de fevereiro de 1989, aconteceu a criação do IBAMA, que herdou do IBDF esse grandioso legado.

Cerca de 30 anos depois, novamente em comemoração ao Dia da Árvore (21 de setembro de 2011), foi realizado um evento para rememorar aquele feito histórico.

Durante a cerimônia, foi assinada a "Declaração de Imunidade de Corte da Árvore da Lua", pelo Ministro interino do Meio Ambiente, Francisco Gaetani, pelo Presidente do IBAMA, Curt Trennepohl, e pelo Ministro-conselheiro interino dos Estados Unidos da América, James Dudley, que descerraram uma placa alusiva a seu tombamento.

De acordo com o Artigo 70 do Novo Código Florestal (Lei Federal nº 12.651, de 25 de maio de 2012), a "Declaração de Árvore Imune de Corte" ocorre por motivo de sua localização, raridade, beleza ou condição de porta-sementes.

A Árvore da Lua do IBAMA simboliza uma longa história de ações em prol da proteção das florestas e de frutífera parceria entre os Estados Unidos e Brasil. O trabalho árduo dos Brigadistas no combate aos incêndios florestais, a pesquisa científica para conhecimento da biologia das plantas, o auge das viagens espaciais da NASA, a cooperação binacional do Serviço Florestal Americano e o IBDF na construção da política florestal são alguns dos fatos marcantes dessa trajetória.

A sede do IBAMA em Brasília é um dos poucos lugares no mundo a ter o privilégio de possuir uma árvore dessas.

É impossível não se emocionar ao ver de perto a beleza e exuberância de um exemplar da Árvore da Lua. Dizem que quem chega perto dela e toca em suas folhas sente algo especial, uma sensação diferente que leva o indivíduo a pensar na enorme capacidade do homem em promover maravilhosas realizações.

A Árvore da Lua nos lembra de que as nações e governos devem unir esforços para estabelecer cooperações internacionais harmoniosas e sustentáveis, para garantir a preservação de cada ser vivo de nosso planeta como uma parte especial do gigantesco universo à nossa volta!!!

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Palmas - TO, Setembro de 2015.

Giovanni Salera Júnior

E-mail: salerajunior@yahoo.com.br

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Maiores informações em: http://recantodasletras.com.br/autores/salerajunior

Giovanni Salera Júnior
Enviado por Giovanni Salera Júnior em 21/09/2015
Reeditado em 20/10/2015
Código do texto: T5389873
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