De volta ao ponto de acumulação

O ponto de acumulação é um fenômeno metaevolutivo, uma consequência da tendência de aumento da complexidade do universo e da superação de patamares evolutivos cada vez mais altos. Consiste na consequência da passagem cada vez mais rápida de um patamar evolutivo a outro.

O universo surgiu há uns 13 bilhões de anos, a vida há uns 3,5 bilhões, a reprodução sexuada há uns 500 milhões, a evolução projetada (decorrente da linguagem) há uns 200 mil, os computadores há uns 70.

Logo teremos computadores projetando e construindo computadores mais aperfeiçoados que eles mesmos. Estes novos e aperfeiçoados, aperfeiçoarão melhor e mais rapidamente os da geração seguinte, que em seguida farão o mesmo, compondo uma sucessão ilimitada de aperfeiçoamentos cada vez melhores e mais rápidos. Trata-se da evolução projetada, um salto metaevolutivo.

Nesse ritmo desenfreado de inovação, durará pouco tempo até a construção de algo que lhes supere em complexidade, e que estabeleça um novo patamar evolutivo mais acelerado ainda que o anterior. Uma década talvez seja o suficiente.

A intensificação do ritmo evolutivo sugere a superação desse patamar em coisa de um ano, a do seguinte em um mês, a do outro em um dia...

É como se tivéssemos sido colhidos por um redemoinho; começamos a girar lentamente, esperando bilhões de anos para dar uma volta e transpor um patamar evolutivo. Mas a volta seguinte teria durado milhões de anos, a posterior milhares... a tendência metaevolutiva torna as voltas cada vez mais rápidas, evidenciando estarmos chegando ao olho do turbilhão.

Restrições quânticas impõem um limite mínimo ao tamanho do ralo, um ponto de saturação além do qual o processo não poderá acelerar. Se a mecânica quântica é verdadeira e definitiva estaremos em maus lençóis quando chegarmos a esse ponto, as coisas esquentarão e o turbilhão sugará toda a energia disponível e as coisas esquentarão.

Talvez, no entanto, não seja insensato supor limitações à própria teoria quântica; talvez os limites que ela impõe sejam superáveis, permitindo que o ponto de acumulação prossiga indefinidamente através de uma miniaturização ilimitada. A conjectura é ousada e pouco justificada; a alternativa é apocalíptica.

Veja também:

http://jornalggn.com.br/fora-pauta/o-ponto-de-acumulacao

respostas a objeções em:

http://www.recantodasletras.com.br/ensaios/5289248

e mais extensamente em:

http://www.recantodasletras.com.br/e-livros/5285579