Ensaio sobrfe o amor
Ensaio sobrfe o amor
Escutamos por séculos afio, os homens usarem a expressão: “eu Amo”. E com isso, justificarem suas atitudes mais grotescas em nome desse amor. São tantas as formas de amar que não raro ficamos atordoados na busca da compreensão de tais amores. Há amores sinceros, amores austeros, amores estáticos, amores enlouquecidos; amores lúdicos, amores sacrossantos, amores insanos e amores profanos. Há amor que perdoa e amor que mata, amor que encobre e amor que delata. Há amor definido e amor sem razão. há amor que varia junto com a estação. Há quem em nome do amor faça revolução. Outro que se sujeita à dominação. É o amor de Julieta, ou amor de Swann? O amor de Deus e o amor dos homens, há neles sempre a contradição. Há amor como doutrina e religião.
Explicamos o nosso modo melhor de amar e sempre criticamos a forma dos outros. E isso depende da nossa própria necessidade de aceitar ou não este amor. Se está ou não de acordo com aquilo que esperamos de outras pessoas com quem nos relacionamos. Queremos o amor no seu ápice, todavia, não sabemos o caminho para alcançar esta íngreme montanha. Por conta dessa audição obtusa, não aceitamos que nos amem, se não houver reciprocidade em gênero número e grau.
Já ouvimos dizer que o amor suporta tudo. Que não se ira, nem se gaba; que não aceita provocação. Entretanto, se formos além das definições eclesiásticas, dos tratos de deuses com os homens, encontraremos amores tanto sublimes quanto tirânicos. E todos estes amores foram e são imitados até hoje com a mesma veemência discursiva, cada forma impondo a outrem sua maneira perfeita de amar. Ainda vale lembrar, das fronteira do amor romântico, onde não há nenhum um limite para sua atuação; é sempre quem ama mais quem dá as cartas do jogo, quem conquista, subjuga com a mesma lealdade e simplicidade de quem é dominado. “É, de fato o amor lindo” . Um anjo disfarçado de demônio ou seria o contrário? Não importa, ao homem resta a prática de uma forma de amar, ativa ou passiva, honesta ou interesseira. São milhões de faces que nos revela o amor, o sumo sentimento que nos legou a humanidade de tempos idos, e os deuses dos homens primitivos, os poetas, romancistas, e por que não os filósofos neoplatónicos e os anjos decaídos ou rebelados?
É o amor, a força motriz que torna o espírito humano perene, procurando sua verdadeira identidade a cada ação ou reação do homem encarnado, materializando-se nas formas mais diversas e avessas possíveis, é o amor, não resta dúvida não importa a língua ou o contexto, a forma falada ou escrita do texto. Ninguém o pode definir com precisão cirúrgica. Só a alma humana é capaz de sentir e expressar suas facetas. A meu ver, o amor já não é mais o mesmo para mim depois deste texto.
Evan do Carmo 20/06/2007 Brasília.