Egoísmo

Prólogo: Quando depositamos confiança ou expectativas em uma pessoa, o risco de nos decepcionarmos é grande.

Não viemos ao mundo para satisfazer expectativas alheias, assim como não estamos aqui para satisfazer os anseios e/ou sonhos e aspirações de quem quer que seja. Temos que nos bastar! É imprescindível completarmo-nos, alimentar nossos próprios devaneios com o propósito sem-fim da conquista do acme do gozo sem limites, sem receios de parecermos egoístas ou narcisistas apenas pelo fato de acreditarmos em nossas potencialidades sobre-humanas, excelsas e grandiosas.

Bastar-nos sempre e buscar a felicidade pessoal é, deverá ser, incansavelmente, a tônica do bem-querer-se! A egolatria não deve ser considerada patológica. Ademais, somos quem somos, como indivíduos, sob a égide exclusiva da fé.

Amar-se a si próprio é a melhor constatação do respeito e crença pelo que foi forjado no cadinho da virtuosidade. Quando procuramos estar com alguém, em colóquios íntimos, ousados, devemos fazer isso cientes de que estamos juntos porque gostamos, queremos e nos sentimos bem, nunca por dependência ou precisar de alguém.

As pessoas não se precisam! Todos os seres vivos se completam, não por serem metades, mas por serem perfeitos, filhos de Deus, indivisíveis e dispostos a dividirem objetivos afins e não comuns, prazeres inusitados, momentos felizes, interesses, alegrias, sorrisos, vidas gratificantes, enfim!

Não temo a eremofobia e, às vezes, sou levado, naturalmente, por sadia jactância, a experimentar certo ar de superioridade sobre quem comete a inexcedível tolice de acreditar que todo ser humano é igual. Ora, que banalidade! Isso não passa de excesso de boa-fé.

A valorização de si mesmo, isto é, amor próprio, é o caminho certo e princípio basilar para a conquista da paz interior. Amar os afins é apenas um meio para que se atinja esse fim. Acreditar na equanimidade de todos os seres humanos é no mínimo uma insensatez, ingenuidade, erro crasso, irrefutável asneira! Apenas os parvos acreditam.

Crês ser egoísmo sublevar o modo de ser, a auto-estima, pensar atingir o mais alto degrau que se imagina merecer? Ledo engano! Claro que existe inverossimilhança no que digo, escrevo e demonstro ser em textos outros por mim escritos. Confundo as análises com frases que batem, arrebentam, assobiam, retumbam, estrondeiam pensamentos, desertos, montanhas e o mar.