Neurose
Neurose. Na mulher: "ele não me deu a nota que eu mereci. Eu me esforcei tanto". No homem: "ele não sabe explicar muito bem. Acho ele fraco". Na mulher: reclama, porque acha que - gritando - conseguirá modificar sua nota. No homem: retira o mérito do Outro, porque agindo assim, ele se sentirá mais forte. "Se aquele lá é fraco, então isso explica porque eu também o sou. Não acho aquele lá, "lá estas coisas"; não me representa"!
Na mulher, a reclamação vai na direção de que ela foi traída. Ela foi injustiçada. Tiraram dela algo. No homem, ele não perde. Não me "representa". Aquele lá, "nem existe".
Ou seja: ambos são neuróticos; na mulher, vira baixaria. Briguinha. Fuxico. No homem, ele se cala. Não aprende. Ele, decreta que o Outro não existe, e fica por isso mesmo. Ou seja: a neurose é pior.
A neurose atua de maneira lastimável nos dois. Num, a coisa vira reclamação. Não se aprende com o Outro. No outro, isto é, nos homens, vira "negação".
Na mulher vira fofoca. E, fofoca é uma forma de mostrar a inveja. Acha que o de lá, não tem o "direito" de me dá tal nota. Afinal, "eu estou pagando". No homem, o decreto, é pior. Ele, anula. Põe um fim, não no assunto, põe um fim em si mesmo. Se "mata" psiquicamente, porque aquilo que ele, o homem, não reconheceu, virará contra ele próprio.
Em resumo: a mulher grita, achando que mudará a situação. E, o homem se cala, mas "mata" o outro antes.
Ambos são neuróticos, porque a verdadeira saida é: aquele lá é o professor. E ele nos deu a nota que merecemos. Não nos deu a nota baixa, porque ele é contra a gente. Nem, porque ele tem autoridade suprema. Ele nos deu a nota porque o curso que fazemos é um curso fraco; não lemos os livros que ele passou. Nem tempo havia isso. Eu sabia disso no dia que me matriculei. E, inclusive, se for um curso muito difícil, nem eu poderei cursar, pois trabalho bastante!