Reflito, logo não concluo

"Quando as pessoas são incapazes de encontrar consolação, elas se vingam de si mesmas e do mundo tentando mostrar que a consolação é impossível.
Nós projetamos nossas próprias falhas morais no mundo de forma a nos provermos de uma desculpa para ter estas falhas. Assim, quando as pessoas são incapazes de amar, elas descrevem o próprio mundo como “sem amor” e “impossível de ser amado”.
O Sagrado e o Belo estão conectados em nossos sentimentos – ambos nos mandam ficar atrás, ser humildes e abandonar nosso desejo inato de poluir e destruir." (Roger Scruton)
Roger Vernon Scruton é um filósofo e escritor inglês cuja especialidade é a Estética. Scruton é uma das figuras mais marcantes do conservadorismo Britânico do séc. XX. Roger é de 27 de fevereiro de 1944 (71 anos).
 
Roger Vermon afirma que: "Quando as pessoas são incapazes de encontrar consolação, elas se vingam de si mesmas e do mundo tentando mostrar que a consolação é impossível.” Este pensamento vingativo elimina o sentimento de inveja. Se eu sou incapaz de encontrar consolação, ninguém consegue. Logo a inveja se anula. Se a consolação segundo o meu ponto de vista - na opinião do autor - é algo impossível, porque então eu consigo enxergar no mundo a ponto de querer convencê-lo do contrário?
Ele também diz que: “Nós projetamos nossas próprias falhas morais no mundo de forma a nos provermos de uma desculpa para ter estas falhas. Assim, quando as pessoas são incapazes de amar, elas descrevem o próprio mundo como “sem amor” e “impossível de ser amado”.  
Interessante  é sua linha de pensamento. Espero que ele não tenha me incluído nesse “nós” que disserta em seus escritos.  Não é preciso justificativas para se cometer falhas. As falhas são opcionais. 
Um jovem era acolhido pela família de seu amigo. Era recebido como um filho, talvez porque seu amigo era filho único do casal. Faziam-lhe todos os possíveis agrados. Certo dia, o amigo não estava em casa, mas ele foi recebido por seus pais. Enquanto esperava pelo amigo foi assistir a uma partida de futebol, junto com o pai do amigo. Por razão mínima discutiram e o rapaz achou que era motivo suficiente para matar o casal. Mesmo a mulher estando em outro cômodo da casa sem saber o que acontecia na sala enquanto assistiam TV, ele a matou. Quando o amigo voltou da faculdade, ele também o matou. E depois de ter assassina a família toda,  levou consigo alguns pertences  que lhe interessava. Matou por "razões que a própria razão desconhece". 
Eu sou uma pessoa que amo. Eu não sou capaz de matar e não sou capaz de prejudicar alguém. A minha trajetória de vida prova que eu sempre fiz o bem, até mesmo para os que me fizeram mal.  Como disse, eu sou uma pessoa que amo. No entanto, eu percebo que falta amor no mundo. Que falta compaixão. Que falta solidariedade. Eu descrevo o mundo como um lugar “sem amor”. Creio que seja possível haver amor, se as pessoas se predispuserem a doar esse sentimentos, que geralmente é usado em prol de si mesmas.
 
E o autor termina dizendo que: “O Sagrado e o Belo estão conectados em nossos sentimentos – ambos nos mandam ficar atrás, ser humildes e abandonar nosso desejo inato de poluir e destruir." Eu francamente concordo que o Sagrado e o Belo estejam conectados nos sentimentos de cada ser. Creio também que ficar atrás, seja algo que precisa ser interpretado de acordo com cada situação que o indivíduo enfrenta. A  humildade também é preciso que haja uma interpretação diante de toda e quaisquer circunstâncias. Não adianta exemplificar a humildade citando o Chico Xavier ou a Madre Teresa de Calcutá, pois estamos falando de um mundo onde a maioria das pessoas explicam suas próprias humildade com toda a arrogância cabível em si. O autor também nos delega o desejo inato que sentimos em poluir e destruir.  Não discordo que o autor tenha razão em dizer isto, e é por isso que o ser humano é lapidado ao longo da vida, pelos pais, pelos professores, pelos exemplos daqueles a quem admira (que perigo, hein?), pelos livros que lê, pelas pessoas com quem convive. Enfim, o homem nasce para o aprendizado, e morre com aquilo que aprendeu, geralmente morre com pouco aprendizado. Alguns utilizam o que aprenderam de bom, ao longo de suas vidas, outros não, outros usam o aprendizado daqueles que os dominam. Há muitas criaturas que se submetem às ideias alheias, achando-as Sagradas e Belas. 
 
Quanto mais eu me purifico, menos Belo e menos Sagrado eu percebo o mundo. Mais vontade eu sinto de me distanciar de tudo aquilo que me indigna. 
Mari S Alexandre
Enviado por Mari S Alexandre em 04/08/2015
Reeditado em 04/08/2015
Código do texto: T5334268
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