Confiteor

O rapazim foi confessar e, compungido - como ao Pai é servido - admitiu pro confessor que tivera um caso com uma mocinha da sociedade local.

Do interior do confessionário, o padre lhe pediu declinar o nome da envolvida.

O jovem afirmou que já contara seu pecado mas que jamais entregaria a cúmplice em seu pecado. Achava aquilo uma traição sem perdão. O padre insistiu, insistiu, e, nada.

Dai, passou a perguntar:

- Teria sido o seu caso com a June, filha do padeiro, sempre de cara amarrada, no balcão?

- Não, e não!

- Ou quem sabe, seria sua amada, a filha do açougueiro, de faca e piada sempre afiada?

- Não, e não!

- Quiçá não seja seu amor a filha do Promotor, moça de tanta idéia, aquela bela Pompéia?

- Nenhuma delas, senhor confessor.

- Bem, meu filho, diante da gravidade de seu pecado, só pela metade confessado, vou ter que excomungá-lo até volte a ganhar o Brasileirão o desacostumado e desemplumado Galo...

E o o rapazim se foi, amargando a penitência. De encontro com seus colegas de copo e sem cruz, recobrou a saliência, a que se sentiu fazer jus:

- Levei uma exconhumão por tempo ilimitado, mas recebi três preciosas dicas que bem satisfazem o gosto das mais exigentes picas...suando em bicas.

Paulo Miranda
Enviado por Paulo Miranda em 03/08/2015
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