O núcleo fundamental
Muito provavelmente, todos nós, seres vivos, descendemos do mesmo ser vivo original.
Somos, em última instância, replicações da célula original, que continua se dividindo para gerar óvulos.
Se o DNA genônico foi desenvolvido pelos seres vivos em um tempo relativamente tardio, quero dizer, se transcorreu um tempo significativo no qual os seres vivos prescindiam desse meio de armazenamento de informação, é provável que o sistema original de “ignição” dos seres vivos tenha se perpetuado até hoje, dado que alterações nos estágios iniciais de desenvolvimento dos seres tendem a ser letais.
A mim parece tentadora a hipótese de que os primeiros replicadores fossem constituídos por um grão de argila envolto em material orgânico, e que a incorporação dos ácidos nucleicos se deu após certo tempo de evolução. Se houve, mesmo, um passado evolucionário significativo anterior à incorporação do ácido nucleico, devemos ter esse passado encravado algures em nossas células, o núcleo fundamental da vida!
Este núcleo constituiria a fagulha inicial, o motor de arranque de cada ser, relito de eras remotas, dos primórdios da vida. Seria, basicamente, o mesmo componente original, presente em todos os seres, ligando-nos, todos, a nosso antepassado comum.
O silício, material mais abundante na crosta de nosso planeta, está presente em nossos corpos apenas em traços, e não tem função conhecida; talvez tenha exclusivamente a função de iniciar o funcionamento do aparato replicativo. Talvez haja um minúsculo grão de argila em cada espermatozoide, a semente central, a chama da vida.