É duro de reaprender  a conviver sem a exclusividade. Afinal de contas a exclusividade, durante todos os anos em que se vive com os pais, faz parte de nossas vidas. Os pais amam seus filhos e cada um se sente exclusivo. Aprende-se com a convivência paterna sobre lealdade, sobre a fidelidade, sobre o  amor incondicional, sobre valores, sobre ética e esses aprendizados passam a ser uma espécie de treinamento durante anos e anos de vida em comum.
Quando a separação daquela convivência se torna necessária, por causa de duas pessoas que vêm de mundos diferentes  decidem  dar prosseguimento ao aprendizado recebido durante tantos anos, numa convivência em comum, muitas vezes, fracassam.
O fracasso, geralmente, se dá por causa da reciprocidade que não fez parte do convívio de tantos anos em família paterna. Os pais ensinam quase tudo de importante para seus filhos, no entanto eles esquecem de ensinar sobre a reciprocidade, esquecem de exigir e de treinarem esse sentimento importante dentro do convívio de longos anos com seus filhos.
Pela minha análise, creio que o que falta na humanidade é  reciprocidade. A impressão a qual eu tenho é a de que as pessoas se sentem muito importantes (os pais fazem os filhos acreditarem que estes são as pessoas mais importantes do planeta terra) e acreditam que o outro deveria viver a sua mercê, assim como os pais viveram durante toda suas vidas para seus filhos.
Julgando pelo tempo em que o ser humano leva para ser formar como individuo e como cidadão, percebe-se que uma vida não é o suficiente para que se aprenda a ser recíproco. Para que se aprenda a dar, no mesmo tanto em que se almeja receber.
Se é mal formado, e ao se tornar adulto passa-se a viver em conflitos, quando se depara com  a verdade sobre a exclusividade, que é algo passageiro, mas que alguns insistem em preservar em seus inconscientes acreditando que encontrarão nas amizades, no amor, no trabalho e que não era algo que somente os pais tinham condições de oferecer. Essa realidade faz com que sofram e que se sintam traídos. 
Mari S Alexandre
Enviado por Mari S Alexandre em 10/07/2015
Reeditado em 11/07/2015
Código do texto: T5306594
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