Pequeno Ensaio Sobre Questões de Filosofia - parte 26
A praticidade nos assuntos da vida é que põem em movimento a força do amor. Não adiantam teorias se as ações não focarem a felicidade dos envolvidos. Isto exige sinceridade e, infelizmente há uma carência assustadora desse sentimento tão eficaz ao mundo. Por mais que se sofra e que se testemunhe a queda dos gananciosos e trapaceiros ao longo da história, o homem parece que custa a aprender, como se fosse o estoicismo algo de que devêssemos nos orgulhar. Já se vai distante a antiguidade, onde a falta de estrutura social e tecnológica impunha à humanidade a resignação e viver era uma constante luta contra o fantasma da morte repentina e inesperada. O aumento da expectativa de vida é uma prova do perdão de Deus, um prêmio imerecido diante da preguiça espiritual. Vemos, por aí, como é grande o amor do Criador para com a Sua criatura. Só o que nos cabe é a obediências às leis no cumprimento do amor e da caridade. Se o mundo continuar o desenvolvimento manco que descarta a evolução espiritual, afastando-a das instituições de ensino e limitando sua abrangência às religiões e a outros homens mais esclarecidos e menos egoístas, estará retardada a sua evolução. Viveremos assim, sujeitando-nos ao domínio da ciência, tão necessária ao nosso bem estar, mas tão deficiente em valores espirituais. O materialismo perde para o espiritualismo exatamente por causa dessa obstinação em ver tudo por meio do raciocínio lógico e circunscrito aos anseios triviais do homem.
É por isso que visão do mal custa a ser transcendida pela visão de um mundo perfeito criado por Deus onde é natural a paz e a harmonia entre todos os seres. Se fosse o mal algo que agradasse a Deus e criado por Ele, esse mesmo Deus não permitiria sua extinção e todos sabemos que o mal imparável, e isto inclui toda forma de mal, como terremotos, guerras e inundações levaria à extinção do planeta ou, no mínimo, de nossa civilização. Há uma razão para estarmos aqui como havia uma razão para todos aqueles que nos precederam e se Deus não permitiu a continuação de uma raça isto é prova de Sua intolerância em relação a expansão incontida do mal. Mais uma vez não foi Deus o culpado, mas os seres que se desviaram do caminho ao negligenciarem Sua vontade primeira: fazer da Terra um mundo paradisíaco, de bem pleno e absoluto.
É onde a filosofia não se resume simplesmente a questionar Deus, Sua existência ou Suas ações, mas adorá-lo cabal e alegremente, colocando em prática a Sua vontade. Isto não requer renúncia aos prazeres inerentes à vida, quando visam estes também a evolução, mas um desapego aos reclames do materialismo. A ilusão vive à espreita, rondando os nossos pensamentos. Se cedemos a ela, ganhamos o passaporte para as estradas do prazer da matéria. Quando a subjugamos, fortalecemos a alma e é nisto que consiste a evolução do espírito, o conhecimento de Deus. Não se trata de ser fácil ou difícil, mas não considerar isto como uma luta impossível de ser vencida. Lutar não seria o termo, pois implica ter adversários e os maiores adversários encontram-se no interior de cada ser, onde está Deus. Por isso, meditar sempre, vigiando os instintos de uma forma natural, sem sofrimentos é entender Deus e sua mensagem. O melhor sempre está por vir. Essa visão otimista do mundo traz a paz de espírito, renovam os pensamentos e induz à prática de boas ações. Só assim o tornamos um lugar ameno e prazeroso.